Vamos lá elevar o nível: do que nós precisamos, neste dia do consumidor, é de reflectir sobre uma realidade que, ao contrário do que parece, não é nada simples. Nada melhor do que um pouco de pós-estruturalismo francês, esse brilhante obscurantismo profissional, para imergirmos na fina análise do que nos surge mascarado de trivialidade.
Quer sejamos capazes ou não de provar que as possibilidades de consumo estão a ser igualizadas (diferenciais de salário reduzidos, redistribuição social, a mesma moda par todos, com os mesmos programas de TV e os mesmos destinos de férias), isto não quer dizer nada, porque pôr o problema em termos da igualização do consumo é já substituir os problemas reais e a sua análise lógica e sociológica pela procura de objectos e sinais (nível de substituição). Analisar a Abundância não significa, de todo em todo, procurar a sua verificação nas estatísticas, que só podem ser tão míticas como o mito, mas sim mudar radicalmente de ponto de vista e abordar o mito da Abundância com uma lógica diferente da que lhe é própria.
(Jean Baudrillard, A Sociedade de Consumo.)
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1 comentário:
acho que as pessoas vivem todas de uma forma "zombie", a vida nao tem graça, e tudo a preto e branco.
Ze de leiria.
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