domingo, outubro 31

O que diz Tammy

Tammy Bruce escreveu no Guardian sobre a sua condição de homossexual e conservadora. Em resumo, conta que encontra um apoio mais genuino nos ambientes conservadores do que nos meios liberais -- onde, diz ela, a tolerância é uma etiqueta e é exercida por obrigação, valendo exclusivamente para aspectos seleccionados do comportamento ou das convicções.

O que diz Tammy vale o que vale. O que dizem os seus detractores também. São interessantes os comentários.

Cleopatra na rádio



Passou há momentos na rádio a primeira parte de "Cleopatra". É verdade: num dos melhores programas da Antena 2, "Alex North - Um eléctrico chamado desejo", Bernardo Sena deu hoje a escutar a belíssima partitura de Alex North para este filme excessivo, extravagante, expoente de uma época do cinema e do kitch que não rejeita o bom gosto. A música vive, autónoma, na ausência das imagens. O "tema do amor" e o "tema da ambição" libertam-se em toda a sua força no alinhamento radiofónico. Carregam, discretos mas persuasivos, a exuberância das cores e dos movimentos.

Mario Vargas Llosa a propósito do Tea Party

Há uma semana, no EL PAÍS, Mário Vargas Llosa escreveu sobre o significado do Tea Party nas próximas eleições nos Estados Unidos. Aqui ficam as linhas-chave do artigo:

- Em face da evolução a que se assistiu no estado da economia depois da eleição de Obama, neste momento o Tea Party complica mais a vida aos Republicnos que aos Democratas.

- Apesar de infiltrado por extremistas, reaccionários, conspiracionistas e figuras de cariz intelectual deficiente, o movimento teve uma génese espontânea, procurando simbolicamente reerguer a bandeira dos colonos independentistas e tendo conseguido marcar a agenda do acontecer político.

- No cerne deste movimiento "há algo de são, realista, democrático e profundamente libertário. O temor do crescimiento desenfreado do Estado e da burocracia, cujos tentáculos se infiltram cada vez mais na vida privada dos cidadãos, cerceando e asfixiando a sua liberdade e as suas iniciativas; a apropriação por parte do sector público de funções ou serviços que a sociedade civil poderia assumir com mais eficácia e menos desperdício de recursos; a criação de sistemas atraentes de assistência social que só poderão ser financiados com subidas sistemáticas de impostos, o que se traduzirá na queda dos níveis de vida das classes médias e populares."

A necessidade de recuperar a responsabilidade individual, ameaçada de dissolução pela ocupação de todos os espaços de iniciativa e acção por um estado cada vez mais omnipresente nas sociedades contemporâneas, é "um sentimento justo que merece ser incorporado na agenda política, pois denuncia problemas reais que a cultura democrática enfrenta".

Vale a pena ler todo o artigo.

quarta-feira, outubro 27

Tiopental sódico

Tiopental sódico é um derivado de barbitúrico de baixa acção, que induz hipnose e anestesia, mas não analgesia. Provoca hipnose decorridos 30 a 40 segundos a injecção intravenosa.

Tem como indicação a indução de anestesia antes da administração de outros agentes anestésicos. Também é utilizado na fase inicial da execução por injecção letal, antes da administração dos químicos indutores de coma.

Por falta do produto no estado do Arizona, a execução de Jeffrey Landrigan esteve suspensa. As autoridades tinham recorrido a um fornecedor britânico para obtenção do tiopental, e um juiz federal ordenara a suspensão por entender que a droga poderia não satisfazer os requisitos exigidos nos EEUU.
O Supremo Tribunal anulou a suspensão e a execução ocorreu hoje.

O único fornecedor do tiopental aprovado nos EEUU, uma companhia do Illinois, declarou que não concorda com o uso dado ao produto. "Não está indicado para a pena de morte."

domingo, outubro 24

O factor geográfico

Não se trata de superioridade biológica, nem de maior dinamismo cultural, nem de factores religiosos como a presença envolvente do cristianismo. Para Ian Morris, professor em Stanford e cujo livro mais recente tem o título "Why the West Rules", o importante é a geografia. Em voo esquemático, tudo começa com o aquecimento do planeta após a Idade do Gelo, que acabou por favorecer determinadas latitudes e não outras. A abundância de plantas e espécies domesticáveis favoreceu as zonas onde viriam brotar as culturas Greco-Romana, Judaica, Indiana e Chinesa. A partir do século XVI, o desenvolvimento da navegação favorece o "Ocidente", por estar mais póximo da América. É no "Ocidente" que a revolução científica e a revolução industrial têm lugar e vão determinar a supremacia e o domínio do mundo. E agora? Tendo as distâncias perdido relevo, o factor geográfico já não é o que era. O caminho está aberto para que China e Índia reassumam a liderança... por razões que já não são as mesmas.

quarta-feira, outubro 20

Estimando os submersos

No dia mundial da Estatística, o presidente do INE de Espanha conta como vão ser incorporados no PIB os sectores da prostituição e do contrabando.

domingo, outubro 17

Da Literatura

Conversa na Catedral será, se não o é já, reconhecido como um dos grandes romances do século XX. Com uma sofisticada arquitectura de texto e um enredo riquíssimo, povoado de personagens dotadas de vozes internas estilisticamente diversificadas, o romance joga com as sucessivas intromissões daquelas na acção, perturbando a cronologia linear e induzindo no leitor expectativa, erro e surpresa.

Se é verdade que a complexidade da narrativa atinge um ponto alto num trecho em que dezoito diálogos distintos se entrecruzam, não há dúvida sobre o papel central assumido pela fala de Don Fermín com Ambrosio, que se insinua logo a poucas páginas do início, seguida de uma outra fala pertencente ao diálogo entre Santiago e Ambrosio, como dois flashbacks cinematográficos sucessivos. Santiago, ou Zavalita, é filho de Don Fermín, empresário Odrista; Ambrosio trabalhara para Fermín como motorista e algo mais. Na cena inicial, Santiago e Ambrosio, que se tinham encontrado por acaso depois de muitos anos, conversavam na “Catedral” com cervejas pela frente.


-¿Lo hiciste por mí? -dijo don Fermín-. ¿Por mí, negro? Pobre infeliz, pobre loco.
-Le juro que no, niño -se ríe Ambrosio-. ¿Se está haciendo la burla de mí?


Fermín dirige-se a Ambrosio; Ambrosio responde a Zavalita. A frase encerra um enigma (as razões do assassinato, por Ambrosio, de uma prostituta, Hortensia, ex-amante de um ministro no governo do ditador Odría) que irromperá repetidamente ao longo do romance e que só perto do final será esclarecido na sua totalidade. As aparições seguintes da frase contêm ou insinuam novas camadas de significado. Na segunda ocorrência Don Fermín já procura inculcar em Ambrosio a motivação do crime que para ele é mais conveniente:

-¿Qué desgracia te pasó en Pucallpa? -dice Santiago.
(…)
-¿Por mí, por mí? -dijo don Fermín-. ¿O lo hiciste por ti, para tenerme en tus manos,
pobre infeliz?


Mais adiante, Don Fermín parece estar a ceder às razões de Ambrosio,

-Está bien, no llores, no te arrodilles, te creo, lo hiciste por mí -dijo don Fermín-. ¿No pensaste que en vez de ayudarme podías hundirme para siempre? ¿Para qué te dio
cabeza Dios, infeliz?


Mas nos flashbacks seguintes volta ao ataque:


-Ya sé por qué lo hiciste, infeliz -dijo don Fermín-. No porque me sacaba plata, no
porque me chantajeaba.
(…)
-Sino por el anónimo que me mandó contándome lo de tu mujer -dijo don Fermín-. No
por vengarme a mí. Por vengarte tú, infeliz.


(… …)
-Creías que te iba a despedir por lo que me enteré del asunto de tu mujer -dijo don
Fermín-. Creíste que haciendo eso me tenías del pescuezo. También tú querías
chantajearme, infeliz.
(… …)
-Basta, basta -dijo don Fermín-. Déjate de llorar. ¿No fue así, no pensaste eso, no lo
hiciste por eso?
(… …)
-Bueno, está bien –dijo don Fermín-. No llores más, infeliz.
(…)
-Bueno, no querías chantajearme sino ayudarme -dijo don Fermín-. Harás lo que yo te
diga, bueno, me obedecerás. Pero basta, ya no llores más.
(…)
-No te desprecio, no te odio -dijo don Fermín-. Está bien, me tienes respeto, lo hiciste
por mí. Para que yo no sufriera, bueno. No eres un infeliz, está bien.
(…)
-Está bien, está bien -repetía don Fermín.


(… …)



-Debiste decírmelo desde el principio -dijo don Fermín-. Tengo una mujer, vamos a
tener un hijo, quiero casarme con ella. Debiste contarme todo, Ambrosio.

Depois, a conversa entre Don Fermín e Ambrosio aparece a entrecortar o diálogo de Ambrosio com Queta, outra prostituta a quem Ambrosio se abre sobre a sua relação com Don Fermín:

-Qué malos ratos habrás pasado. Ambrosio, cómo me habrás odiado -dijo don Fermín-.
Teniendo que disimular así lo de tu mujer, tantos años. ¿Cuántos, Ambrosio?
-Haciéndome sentir una basura, haciéndome sentir no sé qué -gimió Ambrosio,
golpeando la cama con fuerza y Queta se puso de pie de un salto.
-¿Creías que iba a resentirme contigo, pobre infeliz? -dijo don Fermín-. No, Ambrosio. Saca a tu mujer de esa casa, ten tus hijos. Puedes trabajar aquí todo el tiempo que quieras. Y olvídate de Ancón y de todo eso, Ambrosio.



É Queta que faz a chocante revelação do crime aos jornalistas de “La Crónica”, um dos quais Santiago, filho de Don Fermín:

-No veía a Hortensia hacía tres días -sollozó Queta-. Me enteré por los periódicos. Pero
yo sé, no estoy mintiendo.
(…)
-Hortensia sabía muchas cosas de un tipo de plata, ella se estaba muriendo de hambre,
sólo quería irse de aquí -sollozó Queta-. No era por maldad, era para irse y empezar de
nuevo, donde nadie la conociera. Ya estaba medio muerta cuando la mataron. De lo mal que se portó el perro de Bermúdez, de lo mal que se portaron todos cuando la vieron caída.
-Le sacaba plata, y el tipo la mandó matar para que no lo chantajeara más -recitó,
suavemente, Becerrita-. ¿Quién es el tipo que contrató al matón?
-No lo contrató, le hablaría -dijo Queta, mirando a Becerrita a los ojos-. Le hablaría y lo convencería. Lo tenía dominado, era como su esclavo. Hacía lo que quería con él.
-Yo me atrevo, yo lo publico -repitió Becerrita, a media voz-. Qué carajo, yo te creo,
Queta.
(…)- El matón es su cachero. Se llama Ambrosio.
(…)
-Hortensia le sacaba plata, lo amenazaba con su mujer, con contar por calles y plazas la historia de su chofer -rugió Queta-. No es mentira, en vez de pagarle el pasaje a México la mandó matar con su cachero. ¿Lo va a decir, lo va a publicar?

Mais adiante, Santiago comentará que o encontro com um colega poderá tê-lo salvo nesse dia de uma tragédia maior:

Sí, había sido una suerte encontrarlo, una suerte ir a parar a la plaza San Martín y no a la pensión de Barranco, una suerte no ir a llorar la boca contra la almohada en la soledad del cuartito, sintiendo que se había acabado el mundo y pensando en matarte o en matar al pobre viejo, Zavalita.

(…)

E sabemos pela sua voz interior a enormidade do choque:

No en el momento que lo supiste, Zavalita, sino ahí. Piensa: sino en el momento que supe que todo Lima sabía que era marica menos yo. Toda la redacción, Zavalita, menos tú.

É disto que Santiago Zavalita quer que Ambrosio fale, na cena inicial, que decorre muito depois dos acontecimentos que constituem o núcleo da acção. Santiago quer ouvir a confissão do próprio. Ambrosio esquiva-se, ignorando que Santiago já sabe tudo. O leitor não sabe ainda que Santiago sabe.

O 21º



Afinal, apenas dois braços o esperavam.

O pensamento normalizado, ou a ordem dos factores

O El País publica hoje um artigo preocupado com os pregadores radicais islâmicos lá em casa. Dá como exemplos dois imans, ou directores de rezas, um na Catalunha e outro em Madrid. Que dizem eles? Que os muçulmanos devem evitar o contacto com os que não pertencem à sua comunidade. Que as mulheres só podem sair de casa para o funeral do marido. Que as adúlteras devem ser mortas, para que não haja filhos de impuras. Que é uma vergonha tolerar que seis pessoas se envolvam sexualmente, que dois homens se casem ou se permita nudismo nas praias. E tudo isto porquê? Explicam os articulistas: por falta de formação. Só por ignorância aqueles ingénuos misturam religião com práticas extremistas importadas dos países de origem, acabando por confundi-las com ditames sagrados. Imagine-se que alguns até defendem a poligamia -- uma prática alheia ao Islão -- nas suas prédicas.

É, por isso, necessário investir na normalização, eu diria até profissionalização, da figura do iman, que garanta imunidade às tendências radicais. E porquê, já agora? De modo algum porque se entreveja hipotético risco de terrorismo, mas sim porque à medida que estas coisas se vão sabendo a islamofobia cresce e a exclusão social espreita.

Da Galiza a Portugal: viagem impagável

Por incompetência e falta de compreensão do mundo circundante, os tugas empenham-se em eleger sucessivos governos que os levam à penúria, e o país ao caos. Na verdade não têm tido, nem se vislumbram, grandes alternativas. Mas, no meio da mediocridade, os governos recentes do PS possuem o desvalor acrescentado da burrice, nuns casos, ou de uma mistura dela com oportunismo e avareza noutros, na abordagem aos problemas, que em consequência acabam sem solução, ou pior do que estavam, ou na simples perturbação do dia a dia com prejuizos sociais e económicos.

Dois exemplos emblemáticos são suficientes para ilustrar esta apreciação.

A saga da avaliação dos professores, nos anos recentes, terminou com uma cedência em toda a linha. A avaliação era necessária, mas o modo como os tristes iluminados que habitam os gabinetes da 5 de Outubro tentaram conduzi-la foi exactamente o que todos os sindical-oportunistas necessitavam para uma oposição de sucesso.

O caso das SCUTs é mais complexo e espraia-se por um período temporal maior. Começa com a gestação oportunista do conceito e desemboca agora na portagem mais cara e caótica do mundo. Aos preços desincentivadores soma-se a criação de dificuldades ao pagamento. As consequências estão para se ver, mas como de costume ninguém se deve ter dado ao trabalho de aplicar o simples bom senso numa pré-avaliação. Para já, o aeroporto Sá Carneiro e o IKEA de Matosinhos são apenas dois pólos de atracção importantes em relação à Galiza, que podem acabar muito penalizados. Mas todo o comércio do norte vai ser com certeza gravemente afectado. A bem das Estradas de Portugal.

sexta-feira, outubro 8

Quem está de parabéns?


¿Dicen eso? Es magnífico. Me alegro mucho. ¡Ojalá fuera verdad. En efecto, de eso va mi obra, de la resistencia del individuo ante el poder, de la lucha de los hombres por salvar su individualidad en un mundo en el que la libertad está tan acosada. Esa nota expresa muy bien lo que yo pienso.

"Isso" que é? Mario Vargas Llosa refere-se à cautelosa frase com que a Academia Sueca justifica a atribuição do Nobel, transcrita em todos os jornais ontem:

...pela sua cartografia das estruturas do poder e as suas incisivas imagens da resistência individual, da revolta e da derrota.

Digna de uma badana escrita com a competência de quem pesa todas as letras, neste caso talvez para resistir a críticas dos que consideram Llosa um "neocon" imerecedor do prémio que julgavam definitivamente colado ao preconceito que cultivam, a frasezinha não evoca o génio efabulador do premiado. De qualquer modo, a Academia Sueca está de parabéns.

terça-feira, outubro 5

Carboncausto



O filminho chama-se No Pressure. Se o virmos sem ler o que já muito dele se disse, a primeira impressão desorienta. Parece-nos que os religiosos das PGA (perturbações globais antropogénicas - para usar o nome de invenção mais recente) estão a ser tratados e expostos a ridículo como eco-nazis. Mas como a mensagem tem o pendor convencional, não ficam dúvidas sobre o sentido da encenação: fazer ir pelos ares criancinhas e adultos indiferentes ao carbono que nos rodeia é de rebentar a rir para os fanáticos que idealizaram o argumento. A ideia de fundo nada tem de original. Hitler, Mao e outros grandes mestres na demonização de grupos praticamente esgotaram o assunto. Actualmente até Bin Laden acolhe a causa ecológica, sem se aperceber da blasfémia em que resvala: se Alá quer grelhar o planeta, quem se julga ele para o contrariar? A estupidez do activismo actual não poderia produzir senão dejectos como este filme. Quando se é incapaz de distinguir o humor do ridículo, está dado o sinal: a causa é abalada pela qualidade dos aderentes.

Os promotores viram-se obrigados a publicar um pedido de desculpas no Guardian e retiraram o video. Inutilmente, porque novas cópias aparecem. Patrocinadores, como a Sony, distanciaram-se da iniciativa.

A propósito e num tom mais sério: A BBC entrevista Richard Lindzen aqui.

segunda-feira, outubro 4

A saída

Pode o euro sobreviver à crise agravada que aí vem, com a recessão que atingirá os países europeus mais endividados e obrigados a contrair a economia? Talvez, se alguém sair da zona. A Alemanha, por exemplo, deixando os PIIGS entregues à sua sorte. É Joseph Stiglitz (prémio Nobel, ex-conselheiro de Clinton) quem o diz.

domingo, outubro 3

Já sinto o cheiro a mar



I can smell the sea air. Ah, the sea! The blessedest thing that God
created in the seven days. The rest of my
days I’m going to spend on the sea. And when I die I’m going to die
there on the sea, that sea. One day, out on the ocean, I will die. I will
die, with my hand in the hand of some good-looking nice ship’s doctor
with a small blond moustache. And he’ll have a silver watch and he’ll
look at me. And he’ll look at his silver watch and sadly say: “Poor
lady.” I’ll be buried at sea, dropped overboard sewn up in a clean
white shroud.
At the stroke of noon in the blaze
of summer into an ocean as blue as my first love’s eyes.

(Renee Fleming no papel de Blanche, em Um eléctrico chamado desejo, ópera de André Prévin, 1998. Acto III, cena 4.)

Como será que conseguem?

Os brasileiros elegem hoje o Presidente da República, mas não só: antes do código do presidente têm de introduzir o do DEPUTADO ESTADUAL, depois o do DEPUTADO FEDERAL, em seguida o do SENADOR 1, mais o do SENADOR 2, e por fim ainda o do GOVERNADOR. Se fosse cá seriam necessários uns quatro domingos, certamente com diferentes campanhas pelo meio, e as eleições estariam prontas lá para Janeiro do ano que vem.