Uma autoridade local no West Yorkshire
acaba de lançar um manual para educação dos seus funcionários nas regras do politicamente correcto.
Algumas das normas não têm novidade nenhuma: quem é que não está já inteirado da carga ofensiva de palavras como
fireman ou
policeman, verdadeiras bombas de exclusão?
A novidade é que a expressão
politicamente correcto passa também a ser proscrita. Não é caso para admirar. Na Europa quase ninguém tem orgulho em seja que crença for, incluindo os simpatizantes de ideologias aparentadas com fascismos.
Pelo meio fica a notícia de outra norma preocupante: o manual ensina que mudar a arrumação da secretária de alguém equivale a dar um empurrão ou um pontapé na pessoa em causa. Imagine-se a litigiosidade daqui decorrente se alguém se lembra de aplicar o preceito à prestação de trabalho doméstico. Mas o pior é que, ao equiparar a desarrumação ao pontapé, este fica desvalorizado e um potencial agressor tenderá a aplicar o grau seguinte da violência. Os autores do manual não se dão conta de que estão a ofender gravemente as pessoas que têm tendência para usar o pontapé, diminuindo-lhes o alcance da atitude.
O manual terá reduzida importância, mas acusa o sintoma doentio da inclinação para achar que tudo é igual. Noutra escala, quando Manfred Nowak, relator das Nações Unidas, classificou como
tortura a alimentação forçada de presos de Guantanamo em greve da fome, como é que se terão sentido os arrancadores de unhas, os empaladores, e os mutiladores de genitais? Ah, pois, eles também têm o direito à indignação.