Neste momento, o assunto eleitoral português é ainda tabu para efeitos de publicação. Tendo em conta o chorrilho de banalidades e insultos gratuitos que abundantemente nos matraqueram nos dias anteriores, pena é que o tabu se limite a estes dois dias.
Em Espanha, entretanto, passam-se coisas que poderão ter impactos significativos no futuro - o nosso incluído:
1. O Estatut avança: o acordo parece ter sido conseguido à custa de mencionar o termo nação, com referência à Catalunha, apenas no preâmbulo e não no articulado, onde não se passa da palavra nacionalidade. Subtilezas determinantes que não conseguem esconder uma fractura.
2. Em Barakaldo, Arnaldo Otegi interveio ontem num comício desafiando a proibição do congresso de Batasuna e pediu a Espanha e França que respeitem a nação basca.
3. Uma sondagem do ABC revela hoje que, a meio da legislatura, o PSOE é ultrapassado (1%) pelo PP em intenção de voto.
4. Recorda-se que a poligamia está às portas de Europa e que, já a propósito do casamento de homossexuais, José Luis Requero, porta voz do Conselho Geral de juízes, se interrogava como se poderia, num futuro próximo, evitar reconhecer o casamento poligâmico. Problema difícil, resposta difícil, a exigir um cuidado extremo nas motivações da acção política e na clarificação dos princípios e valores que se pretende defender.
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4 comentários:
Vamos lá a ver se eu percebo. Estás a defender uma teoria do dominó segundo a qual o casamento entre homossexuais abriria a porta à legalização da poligamis? é isso?
ON: estou apenas a referir um comentário pertinente. Se queres saber: concordo com o reconhecimento do casamento de homossexuais mas acho perigoso que sejam movimentos políticos oportunistas a fazer dele bandeira. Esses movimentos são os mesmos que, por incoerência de defesa de valores, poderão amanhã vir a defender a poligamia em atenção ao que chamam de "multiculturalismo".
Há uma coisa só que não entendo...e a poligamia é indesejável porquê?...
Porque nada a justificaria senão a adopção de traços de uma outra "cultura" por mera subserviência a pretexto de "multiculturalismo". E porque é degradante para as mulheres: representaria um tremendo retrocesso depois um longo caminho em direcção à não discriminação em função do sexo.
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