quinta-feira, julho 14

Os desastres da matemática

Os desastres a que se tem feito referência em relação com resultados de exames de matemática não têm nada de extraordinário. Pelo contrário, eram perfeitamente previsíveis.

Tanto quanto podemos inferir pelo enunciado do teste, que, de acordo com a insuspeita APM, respeita o espírito do programa, se os alunos tivessem adquirido os conhecimentos que supostamente lhes terão sido transmitidos até ao 9º ano, não assistiríamos, ano após ano, aos outros desastres a que estamos habituados: alta taxa de abandono no 10º ano e más notas no exame do 12º ano para aqueles que conseguem lá chegar.

Ao efeito pernicioso das ideologias pedagógicas que campeiam no nosso ensino desde há uns 30 anos, é preciso adicionar o carácter pouco sério da avaliação constituída por estes exames (apesar de constituirem já um passo ousado! ao que chegámos). Se eles tivessem uma importância comparável aos do 12º ano, por um lado os professores teriam um maior empenho em cumprir os programas, e por outro os alunos teriam maior motivação para se prepararem.


Os apóstolos das modernas ideologias pedagógicas, os tais que se exprimem em eduquês ( e que têm prudentemente "baixado a bola" perante a dimensão do desastre) não vão desistir. Preparemo-nos para as suas justificações: eles vão começar a dizer que se as coisas correram mal é porque as medidas que preconizavam não chegaram a ser efectivamente postas em prática, por falta de apoio de todos e mais alguém. É só esperar.


NOTA. Não é demais sublinhar o escândalo de vir essa obscura organização com o nome inacreditável de instituto da inteligência (mas de onde esta parece ausente) impingir uma "explicação" genética para o desastre. Pensem só no burburinho que se levantaria se em vez da raça portuguesa fosse a raça negra o objecto do "estudo". E meios de comunicação, habitualmente tão politicamente correctos, debitam e calam.

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