sábado, dezembro 17

Professor assassinado por ensinar raparigas

Há dois dias, um comando taliban assassinou um professor na entrada da escola, frente aos alunos. O professor já tinha sido avisado de que deveria deixar de permitir a presença de alunas: os taliban entendem que educar mulheres contraria os princípios da sua religião.

É de presumir que este professor não seja um caso isolado: certamente muitos afegãos têm vontade e ânimo para resistir à imposição da barbaridade. Que pensarão estas pessoas, que não gostariam de regressar à idade de trevas do passado recente, das luminárias que no ocidente reclamam o fim do envio de tropas para o Afganistão?

5 comentários:

António Araújo disse...

Caro lino, não há paciência...

Deixe-me recordar-lhe que no Afeganistão os russos também tentaram fazer escolas.

E que os rebeldes afegãos, que na altura eram un herois que apareciam nos filmes do 007 como santinhos, e que eram *financiados pelos EUA* tinham uma politica de matar os professores, porque eles estavam a "corromper" a população.

Exactamente como neste caso, e pelos mesmos motivos.

Na altura o que pensaram esses professores e esses alunos da retirada das tropas russas?

António Araújo disse...
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António Araújo disse...

Caro Lino, penso que temos um inimigo comum: o extremismo Islâmico (no meu caso, o extremismo religioso em geral, no seu caso tem uma predilecção esquisita pelos maluquinhos das cruzes que eu ainda não percebi).

Não percebo como pôde então achar boa ideia a intervenção dos EUA no iraque. O regime de Saddam não era Islâmico, o Bin Laden não gostava nada dele, e qualquer aliança entre os dois seria esporadica e pouco importante. Saddam, ditador miseravel que era, não era dos piores , e era uma garantia de um certo laicismo no Iraque, coisa dificil sem ele. Mau para os seus concidadãos, o Saddam até nos dava um certo jeito.

O ataque dos EUA tornou muito dificil impedir o alastrar deste género de Islamismo radical que se espalha como uma doença.

A saída das tropas americanas vai facilitar o alastrar do radicalismo islâmico ao Iraque? Talvez. Também já pensei nisso, e já cheguei a ponderar a hipótese de que uma vez o mal feito talvez seja tarde demais para recuar. Não sei a resposta. Mesmo assim, dada a incompetência dos EUA neste assunto, ainda acho que o melhor é retirar as tropas, e apoiar as forças iraquianas mais convenientes de forma indirecta. A presença dos EUA no Iraque é um estimulo à recruta de novos membros para os movimentos radicais, de entre uma população que se sente dominada por uma força estrangeira. Saindo os EUA a coisa adquire contornos claros de guerra civil, o que talvez não seja pior.

De qq forma nada é claro, a guerra no Iraque foi uma troca de ganhos economicos por perdas previsiveis ao nivel estrategico na tal "guerra ao terrorismo" que os EUA usam como desculpa para tudo mas que pelo visto é subserviente a outros interesses e outras guerras. O caos está instalado e as perdas, a todos os niveis, estão a ser enormes e ainda se vão agravar...

Orlando disse...

O grande problema guerra do Iraque foi sempre o mesmo: os americanos ao derrubar um regime laico de sunnis iam acabar por colocar no poder um grupo radical pró iraniano. Dúvidas? Penso que ainda teremos todos tempo para assistir ao desfecho:)

raiva disse...

Lino, colocas questão importante. A presença de tropas no Afganistão é mais do que necessária.

Eu, desconfiado da natureza humana, mas optimista por natureza, creio que as coisas estão a melhorar muito. Tanto no Afganistão como no Iraque. Para bem geral.