O folhetim continua a pingar episódios todos os dias nos jornais espanhóis. As aventuras de Urdangarín no Instituto Nóos, em ligação com instituições de governo ou institutos ditos de utilidade pública, começam a ser reveladas com abundância de pormenores. É claro que tudo se reduz a sorver dinheiro do orçamento de estado ou de um governo autónomo para contas privadas sob a aparência de serviço público, mas naturalmente são os detalhes que emprestam à novela a vida com que palpita. É o caso do patrocínio a uma equipa de ciclismo falida no período 2004-2006, implicando a Fundación Illesport através do presidente das Baleares, terminando com a realização de contratos sem concurso público e muitos euros a mudar de mãos. Os investigadores dizem-se surpreendidos pela abundância de pistas deixadas pelos actores da novela, o que simplesmente indicia que sempre se julgaram totalmente impunes.
Pormenores à parte, nada de que não se soubesse, ou pelo menos se suspeitasse fortemente, há anos, quando Urdangarín foi despachado para Washington com um belo emprego na Telefónica. Dizem hoje os jornais que o movimento foi aconselhado por um assessor da real casa. Mas o dano está feito. Podem os títulos situacionistas vir dizer que Urdangarín "enganou o rei", podem as sondagens tranquilizantes vir dizer que o povo não perdeu confiança na monarquia, mas... se em 2006 já "se sabia", o rei não sabia?
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3 comentários:
urdangarín......pronunciado?
O Rei tem de saber tudo o que os seus assessores fazem, sabem e aconselham? Não entendo porque o rei tinha de saber.
Aparentemente o autor sabe tudo. Temos de lhe dar os parabéns.
Urdangarín não é assessor. É genro do rei. Já tinha sido "despachado" para Washington há uns anos para ver se não dava nas vistas. Apareceu na Hola com a rainha. Ele pode haver reis distraídos mas, como costumam dizer os meritíssimos nas suas sentenças, "de acordo com as regras da experiência comum", não é verosímil que a família toda não soubesse.
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