Está posto no YouTube um vídeo razoavelmente engraçado com o título "A ministra e a manif" (http://www.youtube.com/watch?v=CcEPYAGWH0Q). O autor pegou num excerto de um filme recente sobre Hitler e legendou-o com alguma inspiração. Tem piada quando, por exemplo, a personagem-ministra revela que estava nos seus planos obrigar os professores a fazer comida para as criancinhas e têm piada também as referências a sindicatos e a umas tantas figuras pardacentas do ministério.
O final, porém, é desastroso. A personagem-ministra desespera, irritadíssima com o programa que os professores querem contrapôr. Grita qualquer coisa como: "Que é isso de ensino gratuito, universal e de qualidade?"
O autor do video -- como certamente muitos professores -- engana-se a si próprio quando pensa que esse programa "alternativo" irritaria a ministra. O programa só é alternativo na aparência: as palavras de ordem que o constituem podem repescar-se no agit-prop de qualquer bloco da esquerda. E, já agora, da chamada direita também. A ministra subscrevê-las-ia sem esforço. Os autores do video, e muitos outros, não se dão conta da vacuidade daqueles chavões e, pior do que isso, de que aquela escola já existe e é a que têm. Gratuita: claro, paga com impostos. Universal: sem dúvida! até lhe chamam inclusiva na linguagem pomposa do eduquês. De qualidade: claro, é a escola do sucesso obrigatório e outra coisa não mostram as recentes "melhorias" estatísticas. Só que a realidade é bem diferente das promessas e das palavras. A realidade é o inferno que experimentam no dia a dia.
Quando será que os professores deixam de subscrever sem crítica as receitas dos vendedores de ilusões?
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