Os sites da internet e os jornais têm que estar cheios de mentiras.
Na era da Aliança de Civilizações de Zapatero e Sampaio, querem-nos impingir que dezasseis iranianos convertidos ao cristianismo tenham sido espancados e presos, ainda por cima numa altura em que o parlamento discute se o abandono do Islão vai ou não ser punido com a pena de morte. Pode lá ser!
Mais: como é que depois da grande conferência saudita de Madrid, acolhida no país cujo governo legalizou os casamentos de homossexuais, um professor de química seja condenado a 600 (seiscentas) chicotadas por manter uma relação virtual com uma aluna por telemóvel ? E a polícia saudita se dê ao trabalho de prender 55 pessoas numa festa gay? Estão a gozar com o leitor.
E como é que, depois de estar implantado no terreno o plano nacional da matemática, depois do nítido efeito comprovado de três mágicos factores, se pode chegar a estes resultados no exame da 2ª fase?
A mim não me enganam.
quarta-feira, julho 30
domingo, julho 27
Rapazes, raparigas e matemática: a mentira das meias verdades
"Estudo acaba com o mito de que as raparigas são piores que os rapazes a matemática" é o título de um artigo que surgiu na página 16 do PÚBLICO de ontem. E a primeira frase é triunfal: "O mito acabou." As restantes frases estão dedicadas ao mito de que as raparigas são iguais aos rapazes (no presente caso, em aptidão para a matemática), com base no artigo DIVERSITY: Gender Similarities Characterize Math Performance, de Janet S. Hyde e cinco outras senhoras, publicado na Science há dois dias. Mas, como é bem observado neste post, não passa para os jornais uma parte importante e perturbante da mensagem: tendo sido o estudo baseado nos resultados de testes de matemática comuns, as autoras observam que actualmente as questões a que os estudantes são submetidos têm nível muito básico, raramente ultrapassando o 2 numa escala de dificuldade crescente com níveis de 1 a 4. Para bom entendedor, é como se usássemos os nossos exames de matemática deste ano para estudar as diferenças entre os alunos que fizeram um estudo superficial e os que adquiriram uma compreensão profunda das matérias.
A realidade é um pouco mais complexa e menos fácil de rotular para venda num jornal. Observando o que se passa a um nível de maior selectividade, como é o caso das Olimpíadas de Matemática, os resultados (obtidos por participantes, em função do género) configuram uma verdade muito diferente da que convém aos títulos sensacionais. O post de Lubos Motl sublinha-o com vários exemplos. Chama a atenção também, a propósito, para este outro estudo onde as matérias académicas são listadas pelo índice de adesão dos seus cultores à norma do politicamente correcto.
A realidade é um pouco mais complexa e menos fácil de rotular para venda num jornal. Observando o que se passa a um nível de maior selectividade, como é o caso das Olimpíadas de Matemática, os resultados (obtidos por participantes, em função do género) configuram uma verdade muito diferente da que convém aos títulos sensacionais. O post de Lubos Motl sublinha-o com vários exemplos. Chama a atenção também, a propósito, para este outro estudo onde as matérias académicas são listadas pelo índice de adesão dos seus cultores à norma do politicamente correcto.
quinta-feira, julho 24
Pesadelos: a vida tal como é
O homem trabalha na Areva, empresa do sector da energia nuclear em França. Todos os dias sai com os dois filhos, deixa o de cinco anos na creche e a de três na ama. Às 8.30 estaciona no parque da empresa. Na passada terça feira, ao fim da tarde, ao fazer o caminho de regresso e já depois de recolher o filho, depara com a menina morta no banco de trás. Tinha-se esquecido de a deixar na ama. Fechada no carro, a criança morreu desidratada.
Uma semana antes, também em França, outra criança de dois anos teve morte semelhante.
Um estado puro do horror, sem presença da maldade humana.
Uma semana antes, também em França, outra criança de dois anos teve morte semelhante.
Um estado puro do horror, sem presença da maldade humana.
sábado, julho 19
Os laicos nos seus labirintos
Terminou ontem em Madrid a Conferência sobre o Diálogo promovida pelo rei da Arábia Saudita, guardião das duas sagradas mesquitas, com o acolhimento do rei Juan Carlos e de Zapatero. Participaram o secretário geral da Liga do Mundo Islâmico, o presidente do Pontificio Conselho para o Diálogo Interreligioso e Jorge Sampaio, Alto Representante da Aliança de Civilizações. Na declaração final, os participantes afirmam que a diversidade de culturas e civilizações é um sinal de Deus e causa de avanço e prosperidade; que as mensagens divinas têm por objecto a obediência ao Criador e atingir a felicidade, e espalhar a virtude através da sabedoria e rejeitando o terrorismo. Acreditam no significado da religião e dos valores morais e na necessidade de preservar a instituição familiar e proteger a sociedade de comportamentos desviantes. Foi decidido criar uma comissão para investigar porque é que o diálogo não conduz aos resultados desejados e recomendada a cooperação entre organizações religiosas, educacionais e dos media para lutar contra a promiscuidade sexual e outros vícios.
São boas notícias. Estamos de certeza à beira de assistir à conversão de Zapatero e Sampaio e, com a ajuda preciosa da estimável democracia saudita, acabar com o ocidental deboche. Bem... nem tudo foi perfeito. Como não foi permitida a participação de mulheres, das quais nem se falou, Zapatero teve desta vez que meter no saco a sua ministra da Igualdade, e na mesma semana despachou o secretário de estado Zerolo para Portugal, o qual se dedicou a ensinar a Juventude Socialista a mostrar-se interessada no casamento guei. Não perdem pela demora... o rei Abdullah e seus anfitriões convertidos tratam-lhes da saúde na primeira oportunidade.
São boas notícias. Estamos de certeza à beira de assistir à conversão de Zapatero e Sampaio e, com a ajuda preciosa da estimável democracia saudita, acabar com o ocidental deboche. Bem... nem tudo foi perfeito. Como não foi permitida a participação de mulheres, das quais nem se falou, Zapatero teve desta vez que meter no saco a sua ministra da Igualdade, e na mesma semana despachou o secretário de estado Zerolo para Portugal, o qual se dedicou a ensinar a Juventude Socialista a mostrar-se interessada no casamento guei. Não perdem pela demora... o rei Abdullah e seus anfitriões convertidos tratam-lhes da saúde na primeira oportunidade.
terça-feira, julho 15
Há calma na Quinta?
O que diz aqui, na verdade, é que a Governadora Civil de Lisboa vai dar tempo a si própria e que continuará calma. Mas o mais interessante do artigo é que nos informa que existe uma Federação das Associações Ciganas de Portugal, um Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos e um programa Escolhas, todos envolvendo habitantes da Quinta. O artigo revela também a existência da própria Governadora Civil de Lisboa e anuncia a existência futura do Contrato Local de Segurança (para a Quinta). Ficamos a saber igualmente que já antes disto havia a Estratégia de Segurança para 2008 do Ministério da Administração Interna, graças à qual, certamente, o aumento de insegurança se mantém em níveis que permitem respirar para acalmar.
Diz ali o presidente da Solidariedade Imigrante que há falta de infra-estruturas e apoios sociais. Mas diz também acolá que os acontecimentos da Quinta envolveram técnicos da Segurança Social, vereador da Habitação e Urbanismo da Câmara Municipal de Loures e Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural. O presidente da delegação da Cruz Vermelha também teve uma palavra a dizer.
Começo a pensar que a Quinta não pode ser um bairro desestruturado, como algumas explicações dos recentes acontecimentos pretendem fazer crer. Ou se o é, é pelo excesso de estruturas dentro dele e à sua volta.
Diz ali o presidente da Solidariedade Imigrante que há falta de infra-estruturas e apoios sociais. Mas diz também acolá que os acontecimentos da Quinta envolveram técnicos da Segurança Social, vereador da Habitação e Urbanismo da Câmara Municipal de Loures e Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural. O presidente da delegação da Cruz Vermelha também teve uma palavra a dizer.
Começo a pensar que a Quinta não pode ser um bairro desestruturado, como algumas explicações dos recentes acontecimentos pretendem fazer crer. Ou se o é, é pelo excesso de estruturas dentro dele e à sua volta.
domingo, julho 13
Lisboa: onde comer, segundo o NYT
Ainda bem que há o New York Times, graças ao qual fico a saber que em Portugal nunca se come mal, que Lisboa tem inúmeras casas e edifícios bem conservados, e que na Baiuca se come o melhor "bacalliau a Braz" de Lisboa. Prometo ir ver se é verdade e depois conto.
Há inúmeras outras sugestões no artigo e nestes comentários de leitores do NYT.
Há inúmeras outras sugestões no artigo e nestes comentários de leitores do NYT.
Professor curdo condenado à morte
Condenado à morte em Fevereiro por "ofensas a Deus", Farzad Kamangar viu agora a sua pena confirmada pelo Supremo Tribunal. A execução pode estar iminente. Kamangar, sindicalista e um dos fundadores da união de professores independentes do Kurdistão iraniano, foi condenado juntamente com dois outros curdos, Ali Heydariyan e Farhad Vakilique, que entretanto devem cumprir uma pena de dez anos de prisão antes de serem executados.
sexta-feira, julho 11
A cegueira voluntária
As nossas autoridades são muito curiosas.
Vêm afirmar que há uma melhoria dos resultados em Matemática quando, na verdade, se constata a consequência natural de um exame muito fácil. Contar as filas de um cinema, reconhecer o mínimo múltiplo comum entre 12 e 24, ou calcular volumes de pirâmides num problema com um dado a mais que o reduz à aplicação de uma fórmula dada no enunciado, só podem ser sintomas de melhoria para cegos voluntários.
Vêm dizer que melhorou o panorama da condução nas cidades porque alguns radares registaram menos infracções. Mas, mesmo descontando o facto de haver radares avariados, fingem não perceber que os radares são, para a condução em cidade, o que o "exame fácil" é para os conhecimentos dos alunos. Tal como o exame tem as respostas quase à vista, o radar tem efeitos de redução da velocidade na vizinhança do aparelho e nada mais. Experimente-se descer a avenida de Ceuta e observe-se a variação de velocidade dos carros à nossa frente: nem é preciso ir atento ao sinal para ficarmos a saber onde está o radar.
Vêm afirmar que há uma melhoria dos resultados em Matemática quando, na verdade, se constata a consequência natural de um exame muito fácil. Contar as filas de um cinema, reconhecer o mínimo múltiplo comum entre 12 e 24, ou calcular volumes de pirâmides num problema com um dado a mais que o reduz à aplicação de uma fórmula dada no enunciado, só podem ser sintomas de melhoria para cegos voluntários.
Vêm dizer que melhorou o panorama da condução nas cidades porque alguns radares registaram menos infracções. Mas, mesmo descontando o facto de haver radares avariados, fingem não perceber que os radares são, para a condução em cidade, o que o "exame fácil" é para os conhecimentos dos alunos. Tal como o exame tem as respostas quase à vista, o radar tem efeitos de redução da velocidade na vizinhança do aparelho e nada mais. Experimente-se descer a avenida de Ceuta e observe-se a variação de velocidade dos carros à nossa frente: nem é preciso ir atento ao sinal para ficarmos a saber onde está o radar.
quinta-feira, julho 10
Não há contradições
Parece que a GALP calculou para aí um IVA a 21%, e depois a 20% sobre o mesmo valor, tendo obtido em ambos os casos 20,25 Euros. Deve ser mais um efeito colateral do Plano de Acção para a Matemática, que já se estendeu às maquinetas de calcular da nossa petrolífera.
terça-feira, julho 8
O mistério dos exames
O exame de Matemática do 12º ano foi muito fácil, o de Português não tanto. O assunto é interessante porque parece jogar a favor do Ministério da Educação e do GAVE, fornecendo-lhes um argumento para desmentir os que os acusam de promover o facilitismo. No entanto, mesmo descontando o problema da ambiguidade de uma das questões do exame de Português, olhando para os dois testes fico com uma impressão diferente.
O facto que me parece relevante é que, com o actual figurino dos testes, a avaliação em Matemática tornou-se mais fácil de falsificar. O carácter unívoco das respostas e a sua redutibilidade a um pequeno número de "esquemas" permite, com poucos conhecimentos e apenas um pouco de habilidade, uma dose de sucesso razoável, desde que as questões postas se mantenham num nível bastante elementar. Quando o Ministério diz que está a avaliar estas 21 competências
• Uso correcto do vocabulário específico da Matemática;
• Utilização e interpretação da simbologia da Matemática;
• Utilização de noções de lógica indispensáveis à clarificação de conceitos;
• Domínio correcto do cálculo em R e em C, operando com expressões racionais, irracionais,
exponenciais, logarítmicas e trigonométricas;
• Conhecimento dos conceitos de continuidade, derivadas e limites;
• Desenvolvimento de raciocínios demonstrativos, usando métodos adequados;
• Desenvolvimento de raciocínios demonstrativos, a partir da Axiomática das Probabilidades;
• Resolução de problemas envolvendo cálculo de probabilidades;
• Resolução de problemas de contagem;
• Resolução de problemas no contexto das disciplinas de Matemática, de Físico-Química, de
Economia e de Ciências Naturais;
• Resolução algébrica, numérica e gráfica de equações, inequações e sistemas;
• Selecção de estratégias de resolução de problemas;
• Formulação de hipóteses e previsão de resultados;
• Análise de situações da vida real (em casos simples), usando modelos matemáticos que
permitam a sua interpretação e a sua resolução;
• Interpretação e crítica dos resultados no contexto do problema;
• Interpretação e resolução de problemas, recorrendo a funções e aos seus gráficos, por via
intuitiva ou por via analítica, e usando a calculadora gráfica;
• Aplicação dos conhecimentos de Análise Infinitesimal no estudo de funções reais de
variável real;
• Relacionação de conceitos da Matemática;
• Expressão do mesmo conceito em diferentes formas ou linguagens;
• Apresentação dos textos de forma clara e organizada;
• Comunicação de conceitos, raciocínios e ideias, com clareza e rigor lógico.
está a dar-nos música para os ouvidos. Em contrapartida, enquanto nos exames de Português se valorizar ortografia e sintaxe, não será possível obter uma boa classificação sem um conhecimento mínimo da estrutura da língua. Reduzida a preparação em Matemática a testes-tipo que se podem resolver sem domínio das principais características da disciplina (o rigor, a ampla conexão lógica que torna os factos compreensíveis a partir de outros factos), caberá ao Português o papel de seleccionar quem ainda entende alguma estrutura de alguma coisa.
A acção persistente dos ministérios de educação nas últimas décadas favoreceu a transformação da disciplina de Matemática numa colecção de "unidades" desconexas mas fáceis de "estudar para exame". No futuro próximo, as Universidades terão de seleccionar os alunos de cursos técnicos e científicos pela nota de Português.
O facto que me parece relevante é que, com o actual figurino dos testes, a avaliação em Matemática tornou-se mais fácil de falsificar. O carácter unívoco das respostas e a sua redutibilidade a um pequeno número de "esquemas" permite, com poucos conhecimentos e apenas um pouco de habilidade, uma dose de sucesso razoável, desde que as questões postas se mantenham num nível bastante elementar. Quando o Ministério diz que está a avaliar estas 21 competências
• Uso correcto do vocabulário específico da Matemática;
• Utilização e interpretação da simbologia da Matemática;
• Utilização de noções de lógica indispensáveis à clarificação de conceitos;
• Domínio correcto do cálculo em R e em C, operando com expressões racionais, irracionais,
exponenciais, logarítmicas e trigonométricas;
• Conhecimento dos conceitos de continuidade, derivadas e limites;
• Desenvolvimento de raciocínios demonstrativos, usando métodos adequados;
• Desenvolvimento de raciocínios demonstrativos, a partir da Axiomática das Probabilidades;
• Resolução de problemas envolvendo cálculo de probabilidades;
• Resolução de problemas de contagem;
• Resolução de problemas no contexto das disciplinas de Matemática, de Físico-Química, de
Economia e de Ciências Naturais;
• Resolução algébrica, numérica e gráfica de equações, inequações e sistemas;
• Selecção de estratégias de resolução de problemas;
• Formulação de hipóteses e previsão de resultados;
• Análise de situações da vida real (em casos simples), usando modelos matemáticos que
permitam a sua interpretação e a sua resolução;
• Interpretação e crítica dos resultados no contexto do problema;
• Interpretação e resolução de problemas, recorrendo a funções e aos seus gráficos, por via
intuitiva ou por via analítica, e usando a calculadora gráfica;
• Aplicação dos conhecimentos de Análise Infinitesimal no estudo de funções reais de
variável real;
• Relacionação de conceitos da Matemática;
• Expressão do mesmo conceito em diferentes formas ou linguagens;
• Apresentação dos textos de forma clara e organizada;
• Comunicação de conceitos, raciocínios e ideias, com clareza e rigor lógico.
está a dar-nos música para os ouvidos. Em contrapartida, enquanto nos exames de Português se valorizar ortografia e sintaxe, não será possível obter uma boa classificação sem um conhecimento mínimo da estrutura da língua. Reduzida a preparação em Matemática a testes-tipo que se podem resolver sem domínio das principais características da disciplina (o rigor, a ampla conexão lógica que torna os factos compreensíveis a partir de outros factos), caberá ao Português o papel de seleccionar quem ainda entende alguma estrutura de alguma coisa.
A acção persistente dos ministérios de educação nas últimas décadas favoreceu a transformação da disciplina de Matemática numa colecção de "unidades" desconexas mas fáceis de "estudar para exame". No futuro próximo, as Universidades terão de seleccionar os alunos de cursos técnicos e científicos pela nota de Português.
Curiosidades
Operações de mudança de sexo são financiadas pelos sistemas estatais de saúde no Irão, em Cuba e, bem aqui ao lado, também na Andaluzia e Extremadura.
segunda-feira, julho 7
Ainda a libertação de Ingrid
Depois de a Radio Suisse Romande ter noticiado que um vultuoso resgate seria a justificação para a libertação Ingrid Betancourt, o ministro da defesa colombiano afirma que os 500 mil dólares teriam sido entregues por um intermediário suiço. Ou que, pelo menos, esse senhor tem de explicar por que razão aparece no computador de Reyes, onde está também indicado o local onde o dinheiro estava escondido. A notícia tem hoje destaque na Radio France Internationale. A história não terminou.
(Mais desenvolvimentos aqui)
(Mais desenvolvimentos aqui)
domingo, julho 6
O preconceito guei
Ontem em Madrid, como há uma semana em Lisboa, houve desfiles comemorativos do chamado orgulho guei. O acontecimento madrileno está transformado numa instituição. Para além de grande adesão popular houve presença de ministra e secretário de estado do governo, dirigentes da Izquierda Unida, das Comisiones Obreras e da UGT.
Este ano, por decisão da internacional que gere o movimento, o lema específico foi o da visibilidade lésbica. Além da gratuidade do desígnio (porque não pedir a visibilidade de imensas minorias como a dos sado-masoquistas ou a dos podólatras?) é curioso ver que a "plataforma reivindicativa" apanhou o comboio da laicização tendo sempre como alvo a Igreja Católica. Nem uma palavra sobre o Islão, em crescimento em Espanha, nem sobre as amizades perigosas dos actuais dirigentes políticos. As mulheres podem continuar invisíveis se for por respeito ao véu. É fácil pedir a visibilidade das lésbicas quando se ignoram problemas bem mais sérios e quando o silêncio sobre o que se passa noutros países é total.
Além de tudo isto, sempre tive a impressão de que as lésbicas são visíveis. Uma vez vi duas a comer sardinhas assadas numa esplanada de Belém e os talheres não se suspendiam nem flutuavam no ar, como nos filmes com efeitos especiais.
Calma, calma, nesta última frase não estava a falar a sério, mas também os reivindicadores profissionais que este ano fingiam interessar-se pelas lésbicas não falam a sério nunca. Interessados apenas em garantir apoio dos estados às cúpulas das suas organizações, querem lá saber do efeito devastador que as medidas que propõem poderia ter sobre pessoas cuja defesa pretendem assumir. Pouco lhes interessa que a visibilidade que cada um quer dar de si mesmo pertence à esfera do estritamente pessoal.
As paradas guei podem até ser acontecimentos divertidos, mas estão afectadas por dois aspectos perniciosos: por um lado são cavalgadas por oportunistas políticos, e por outro causam danos aos que não se revêem nos seus auto-denominados defensores e que acabam por ser prejudicados por certa imagem negativa de um colectivo que não existe.
Falam de orgulho mas trata-se de preconceitos em série: de que existe uma "identidade" que cabe na sigla LGBT, de que os indivíduos devem exibir os seus gostos particulares, ainda por cima em matéria de sexo, como quem exibe um autocolante.
A igualdade só se atinge quando não for necessário falar da diferença, quanto mais com espalhafato.
Este ano, por decisão da internacional que gere o movimento, o lema específico foi o da visibilidade lésbica. Além da gratuidade do desígnio (porque não pedir a visibilidade de imensas minorias como a dos sado-masoquistas ou a dos podólatras?) é curioso ver que a "plataforma reivindicativa" apanhou o comboio da laicização tendo sempre como alvo a Igreja Católica. Nem uma palavra sobre o Islão, em crescimento em Espanha, nem sobre as amizades perigosas dos actuais dirigentes políticos. As mulheres podem continuar invisíveis se for por respeito ao véu. É fácil pedir a visibilidade das lésbicas quando se ignoram problemas bem mais sérios e quando o silêncio sobre o que se passa noutros países é total.
Além de tudo isto, sempre tive a impressão de que as lésbicas são visíveis. Uma vez vi duas a comer sardinhas assadas numa esplanada de Belém e os talheres não se suspendiam nem flutuavam no ar, como nos filmes com efeitos especiais.
Calma, calma, nesta última frase não estava a falar a sério, mas também os reivindicadores profissionais que este ano fingiam interessar-se pelas lésbicas não falam a sério nunca. Interessados apenas em garantir apoio dos estados às cúpulas das suas organizações, querem lá saber do efeito devastador que as medidas que propõem poderia ter sobre pessoas cuja defesa pretendem assumir. Pouco lhes interessa que a visibilidade que cada um quer dar de si mesmo pertence à esfera do estritamente pessoal.
As paradas guei podem até ser acontecimentos divertidos, mas estão afectadas por dois aspectos perniciosos: por um lado são cavalgadas por oportunistas políticos, e por outro causam danos aos que não se revêem nos seus auto-denominados defensores e que acabam por ser prejudicados por certa imagem negativa de um colectivo que não existe.
Falam de orgulho mas trata-se de preconceitos em série: de que existe uma "identidade" que cabe na sigla LGBT, de que os indivíduos devem exibir os seus gostos particulares, ainda por cima em matéria de sexo, como quem exibe um autocolante.
A igualdade só se atinge quando não for necessário falar da diferença, quanto mais com espalhafato.
sábado, julho 5
Matemática: média de 12,5 no exame nacional
Por este andar, não deve vir longe o dia em que até a nota mínima acabe por ultrapassar a máxima.
quinta-feira, julho 3
Setas para baixo
Seul Chavez a la capacité d'atteindre les FARC
Ainda não vi a edição do PÚBLICO hoje, mas com certeza a coluna da última página com setas para baixo não deve dar vazão aos candidatos: todos os que acreditaram nas virtudes da negociação e do suborno de terroristas com os cofres cheios de dinheiro da droga.
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