quinta-feira, novembro 3

A língua de plástico

Ontem, Soares mostrava espanto por não ser necessária formação filosófica, humanista, histórica ou jurídica para se aceder ao cargo de PR. Eu não estou muito seguro de que a melhor formação para tal fim se situe naquelas áreas, pois admito a possibilidade de que possa estar no domínio das equações diferenciais, da optimização, da mecânica quântica ou da bioquímica. Não tenho dúvidas é de que seria muito proveitoso para o bem estar geral que qualquer dos candidatos se exercitasse na seguinte competência (como se diz agora): fazer uma redacção sobre um tema relevante para o nosso futuro colectivo próximo sem utilizar as cadeias de palavras abaixo listadas
motivo de preocupação acrescida
prossecução do interesse nacional
investigação, inovação, desenvolvimento tecnológico
qualificação de recursos humanos
legítimas aspirações do país (ou destes ou daqueles)
combater a exlusão social
cooperação institucional
esfera da governação
peso do passado
numa base aberta, franca e leal
estratégia de modernização a longo prazo
resposta atempada aos desafios que se colocam
consensos suficientemente operacionais

A lista não é exaustiva.
Seria um bom serviço prestado à saúde da língua portuguesa e especialmente aos leitores e ouvintes de discursos presidenciais.

1 comentário:

Anónimo disse...

concordo.