Duas notícias dos últimos dias reforçam a minha convicção de que a introdução, na escola, de educação sexual é uma oportunidade ímpar para libertar doses maciças de falta de bom senso que deveriam estar sossegadas a hibernar nas mentes mais diversas.
Por um lado, soubemos que o Grupo de Trabalho para a Educação Sexual, talvez incapaz de decidir se a dita ES deve ser uma disciplina transversal, longitudinal ou oblíqua, põe agora a tónica na participação dos pais. Eles querem dizer participação activa dos pais na "planificação e execução desta área, numa perspectiva de colaboração com a escola responsável". Excelentes intenções! Estou já a ver milhares de pais a correr para as escolas. É que é já a seguir!!!
Estamos claramente diante da confissão de que a matéria é um alçapão com perigos escondidos e ninguém se quer queimar muito sozinho. Quem sabe se até o Grupo já se apercebeu de que os professores não têm necessariamente mais bom senso do que outros comuns mortais. E, se alguns nem dominam bem as próprias matérias convencionais da sua especialidade, quanto à ES é melhor nem pensar...
A actuação de um professor e um elemento do conselho executivo da escola António Sérgio, em Gaia, que em reacção à homossexualidade de duas estudantes comunicaram os factos aos respectivos encarregados de educação, é um exemplo verdadeiramente chocante de falta de sensibilidade para fazer face a um problema tão delicado. O episódio ilustra, a priori, riscos que deveriam ser avaliados com a maior prudência.
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