É frequente os políticos gostarem de exibir o seu apreço por clubes e personalidades do futebol - apreço que normalmente implica favores e pagamentos com o dinheiro dos outros - por pensarem que as massas são tão estúpidas que não descodificam o oportunismo da colagem. (Bem, há ocasiões em que percebem que o melhor é descolarem-se: hoje mesmo a FIFA fica de trombas com a ausência da perspicaz Dilma).
Ora, de acordo com a interpretação do Professor Sala i Martin, o recente ataque feito a Messi pelas Finanças espanholas vai em contramão relativamente a esta tendência. Segundo Sala i Martin, as Finanças sabem que não interessa a Messi um desgaste de imagem em processo judicial arrastado, ainda que viesse a provar-se que não há ilícitos na alegada fuga aos impostos por parte do futebolista. Os assessores e advogados de Messi negociarão e pagarão o razoável para que o assunto saia das breaking news. Assim, o ministro Montoro estaria a dar uma lição de como explorar a imagem de uma estrela de futebol extorquindo-lhe dinheiro, em vez de lhe pagar.
E afinal em que terá consistido a tentação de Messi? Ainda de acordo com o professor, um truque simples inspirado no Google: o da "dupla empresa". Os direitos de imagem são vendidos a uma empresa irlandesa com sede em Belize, por sua vez os vende a uma outra com sede na Irlanda. As taxas são 0% em Belize e 12,5% na Irlanda, mas sobre os lucros, e feitas as contas com cuidado pode demonstrar-se que o lucro é zero. Uma diferença notável em relação aos 30% de Espanha. Tudo isto partindo do princípio de que estão em jogo direitos de imagem e não salários pagos pelo Barça, se não o ganho é bem maior.
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