Gennevilliers é uma região administrativa (comuna) do noroeste de Paris, governada por comunas. A administração esteve há dias a ponto de despedir quatro monitores de uma colónia de férias. Motivo: os quatro jejuavam, em respeito ao Ramadão, o que foi considerado mau exemplo para as crianças. O contrato de trabalho, de certeza inconstitucional, impunha uma pausa para alimentação à hora de almoço. Em face dos protestos, o governo de Gennevilliers acaba de recuar. Os comunas de Gennevilliers são agora criticados de todos os lados: a Frente Nacional, que inicialmente os tinha apoiado, lamenta agora a reviravolta. A UMP, pela voz do seu secretário geral, insiste em que a câmara de Gennevilliers nunca teve razão ao avançar para a tentativa de suspensão. É o que conta o Libération de hoje. Afirma o dirigente da UMP que ninguém demonstrou que a prática do Ramadão impede de trabalhar.
A história tem muitas leituras, mas eu tenho direito à minha: extremistas de esquerda e direita são tão amigos dos trabalhadores que querem alimentá-los à força, e tenebrosos neo-liberais aproveitam a oportunidade para instilar subrepticiamente a ideia de que os custos com cantinas, subsídios de alimentação e pausas laborais são um luxo que pode muito bem ser suprimido.
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