domingo, agosto 12

Álgebra (continuação)

Nicolas Warner responde no Huffington Post ao artigo de Andrew Hacker no NYT. Para defender o ensino dos conteúdos de "álgebra", Warner alinha argumentos como: a álgebra permite às pessoas pensar de modo abstracto; desenvolve a capacidade de fazer uma análise distanciada da realidade exterior; quem tiver adquirido familiaridade com a álgebra está preparado para pensar melhor, mesmo que nunca mais na vida venha a utilizar a álgebra.

Todo este discurso me parece pouco convincente. Eu sou de opinião que todos os adolescentes devem ter a possibilidade de aprender as técnicas da álgebra, mas julgo que os argumentos de Warner são praticamente impossíveis de demonstrar.

Em várias circunstâncias da vida deparamos com discussões com esta característica: as posições em confronto têm argumentos que nunca convencem de modo definitivo a parte contrária. O debate político está cheio disso mesmo. Os partidos em confronto advogam soluções diferentes para os problemas, e as medidas que acabam por ser tomadas resultam do acesso ao poder e não da demonstração racional da sua necessidade e eficácia. A vida prática é assim: podemos alinhar muitos argumentos que conflituam entre si mas o caminho para as soluções resulta tanto do conhecimento empírico, da tentativa e erro, como da justificação teórica do modo de actuar.

Warner é professor de Física e Matemática, e naturalmente interessa-lhe que os alunos lhe cheguem à universidade a saber calcular. Embora simpatize com a posição de Warner, a sua argumentação não pode deixar de me evocar as justificações dos sindicatos quando ameaçam com formas de luta que paralizam serviços importantes e afirmam estar a defender a qualidade dos serviços, no interesse geral.

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá senhor blogueur.
Esdtou de acordo consigo e aprecio particularmente o seu último exemplo.
Fiquei surpreendido de não ver o comentaério que escrevi no post Jejun de Genevilliers. Dizia em substância que os árabes, como as crianças tentam sempre de pisar a linha contínua para ver até que ponto podem transgredir e, cada vez mais longe, mais alto, mais forte! No ano passado na mesma cidade periurbana uma monitora musulmana observando o jejun do ramadão provocou um acidente pondo em causa a integridade física de uma das crianças sob sua responsabilidade. O presidente da camara fez inscrever nos contratos de recrutamento a obrigação de se alimentar e de se hidratar. Os empregados leram e conheciam perfeitamente as clausas. Mas claro, os jornalistas nulos e de má fé escreveram: "Despedidos por fazer o Ramadão."... As associações falsamente anti-racistas atacam logo.
Boa noite senhor blogueur e boas férias sudistas...

lino disse...

Senhor Lecteur:

O seu comentário no "Jejum..." não apareceu pela simples razão de que não foi recebido.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Olá senhor blogueur bronzeado (suponho),
Pois devo ter feito uma falsa manobra... acontece-me com estes códigoa anti-spam, muito chatinhos...