Os jornais franceses de hoje relatam o episódio que terá ocorrido ontem na reunião dos deputados da maioria, onde se discutiria a proibição do "véu integral". O antigo ministro da justiça Pascal Clément terá dito
no dia em que houver tantos minaretes como catedrais em França, já não será a França
A frase provocou a indignação e a saída da secretária de estado Nora Berra. Clément já tem a folha feita na wikipédia, que não brinca em serviço ("controverse").
Até aqui tudo normal: as atitudes dos europeus face ao Islão, com certeza não por acaso, dão sinal de uma divisão que não é a da brecha partidária tradicional. O que encontro de curioso no relato é o comentário de Nora. Fica em francês que é mais bonito, com sublinhado meu.
Qu’un ancien garde des Sceaux tienne ces propos anti-laïcs dans une enceinte symbole de la République comme l’Assemblée nationale, c’est insupportable ! C’est ça la démocratie ?
A apreciação contém uma contradição insanável. É-se anti-laico por lamentar que as catedrais sejam ultrapassadas em número pelas mesquitas, mas não se é anti-laico por deixar andar até que as mesquitas ultrapassem em número as catedrais.
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