sábado, junho 13
Sondagens e votos: uma meditação no caso italiano
Num artigo de Ivo Diamanti, surgido ontem no Repubblica, comenta-se que pela primeira vez as sondagens atribuiram à Lega Nord percentagens muito próximas do resultado obtido na votação (ligeiramente acima dos 10%). Anteriormente, as sondagens faziam previsões para a Lega muito abaixo dos resultados. O autor alinha razões para explicar este facto, e a primeira é que as pessoas perderam a vergonha de dizer que votariam na Lega. Argumentos e linguagem estigmatizados perante a opinião dominante, mas determinantes do voto de uns quatro milhões de eleitores, deixaram de causar embaraço. A Lega continua a usar os mesmos termos ou até mais violentos do que antes, mas, num ambiente onde todos dizem mal de estrangeiros e ciganos, já não impressiona particularmente. A Lega tornou-se popular e os profissionais das sondagens digeriram-na e assimilaram-na. Está enquadrada na normalidade italiana.
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1 comentário:
Quando um Berlusconi diz na véspera das eleições que Milão, para seu desgosto, mais parece uma cidade africana que europeia, e ninguém parece protestar, diria que as coisas vão mesmo muito muito mal para estes lados.
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