domingo, junho 28

Desassossegos



Há notícias de novas manifestações em Teerão, depois de cinco dias em que os protestos pareciam adormecidos. A polícia atacou uma concentração de 3000 pessoas junto a uma mesquita no norte da capital.

Entretanto, em Tegucigalpa, o exército deteve o presidente Manuel Zelaya e despachou-o para a Venezuela. As agências dão uma notícia que parece mal contada, mas há indícios de que o exército pode ter agido por ordem do Supremo Tribunal. Zelaya preparava-se para fazer um referendo a fim de alterar a constituição e permitir a sua reeleição em 2010. Os grandes defensores da democracia Chávez e Morales já protestaram contra o alegado golpe de estado. A Casa Branca já pediu o regresso à ordem democrática (com menos dúvidas do que no caso do Irão). Enquanto se discute qual dos lados deu o golpe, o empenho de Chávez por Zelaya ajuda a ter uma ideia de que "ordem democrática" pode não ser uma preocupação dominante para o ex-presidente hondurenho.

3 comentários:

Anónimo disse...

Acho extraordinário que o autor diga "alegado Golpe de estado"!

Foi um verdadeiro golpe ilegítimo sem nenhuma duvida.

Jorge Salema

lino disse...

Formalmente sim: os militares cairam na armadilha de Zelaya, que por sua vez estava a cozinhar um outro alegado golpe de atropelo à constituição. De qualquer modo, ainda bem que o (alegado ou não) golpe não se pareceu nada em violência com aqueles a que estávamos habituados na América Latina. O democrata Chávez bem se esforçou por preencher a lacuna do banho de sangue, ao tentar forçar o regresso do presidente deposto. Claro que seria preferível este terminar o mandato e afundar-se na sua impopularidade, mas no ponto a que as coisas chegaram este desiderato faz pouco sentido.

Lura do Grilo disse...

Claro que houve um golpe ..mas foi o de Zelaya.