X é o nome da minha freguesia. A junta edita e distribui pelas caixas de correio o boletim "X". São 11000 exemplares de 24 páginas a cores, com fotos dos membros do executivo, entrevistas aos próprios ou aos membros da assembleia de freguesia, breves sobre as grandes realizações em matéria de jardins, organização de convívios e passeios e êxitos na criação de associações desportivas. Em complemento, notas sobre o que não se conseguiu fazer, por culpa da câmara de Lisboa. O número deste mês inclui duas páginas de educação sobre os problemas ambientais onde somos aconselhados a tomar duche em vez de utilizar a banheira, a preferir os transportes públicos, a colocar filtros nas chaminés das fábricas e a utilizar os transportes públicos (é assim mesmo). O autor do artigo esqueceu-se de falar das árvores que se poupariam se o "X" deixasse de ser publicado.
Como tema recorrente, a junta passa todos os meses a mensagem de que X é um lugar único e mágico.
Um pouco de socialismo soft em versão kitsch açucarada não faz mal a ninguém. Mas suspeito que pelo menos o pavimento de uma rua esburacada, de que a junta se queixa, poderia ser resolvido com a suspensão do "X". Declaro-me pronto a prescindir desta leitura. Em caso de saudades, compro o Avante.
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