sexta-feira, maio 25

Margarida Moreira votou Salazar?

Na sua coluna de hoje no PÚBLICO, Carlos Fiolhais aborda o recente e triste episódio ocorrido na DREN à volta de um comentário jocoso ou ofensivo, conforme os pontos de vista. Argumenta, com razão, que o que se passou é uma pequena amostra do que poderá suceder se novos centros de poder vierem a surgir em órgãos regionais.

Mas um ponto chave da crónica é a ironia de concluir que Margarida Moreira vem, com o seu gesto, revelar que votou Salazar no célebre programa de tv. Se à primeira vista, dados os actos de bufaria e repressão de opinião subjacentes ao caso, a asserção parece ter sentido, um minuto de análise é suficiente para reconhecer que a ironia não passa disso mesmo. Vindo de onde vem, e colocada onde está pela mão de quem foi, Margarida Moreira pertence, quase de certeza, à classe de cidadãos que jamais votaria Salazar e que, só por isso, se auto-atribuem superioridade moral. A repulsa pela vitória do antigo ditador vem de um nome e de um tempo que já não ameaçam ninguém. Sob o disfarce de nomes mais simpáticos, aspectos tenebrosos do que o salazarismo representou não podem causar senão um escândalo mais limitado. A repugnância pelo primeiro lugar de Salazar no concurso é compatível com práticas que o galardoado aprovaria.

2 comentários:

Anónimo disse...

andas a enganar quem disses que amas, sua permiscuidade!

Anónimo disse...

permiscuidade??
ahahahahahahahah