Quando as multidões iludidas estavam à espera de que Cristiano Ronaldo as deslumbrasse com a sua força de ataque no pobre Mundial que passou, eis que o rapaz vem surpreender o mundo num âmbito completamente ao lado dos toques na bola.
Primeiro foram as notícias de que era pai. Nos últimos dias o véu tem vindo a ser levantado: já não se fala só de mãe desconhecida, mas também de barriga alugada. O caso não é original mas o mistério reaviva-se: porque é que um homem desejado paga aqueles milhões para ser pai? E como acreditar que era mesmo isso que queria e que o faz sentir feliz, como ele lacónica e formalmente tem anunciado?
Cristiano está a mostrar ao mundo, simplesmente, como a fortuna lhe permite ser afortunado num sentido novo e subversivo. Não é para todos, mas está reservada a um punhado como ele, a possibilidade de separar brutalmente o sexo, como prazer, da função reprodutiva. De gozar as alegrias da paternidade sem ter de suportar por um só momento a alteração que uma gravidez provocaria na imaculada linha de anca da namorada ou amante. O poder do dinheiro vem assim fazer coro com os hábitos da natureza. O desperdício de fluido seminal é tão conspícuo como o pólen na primavera. O casamento de Ronaldo, quando for, não é para procriação coisa nenhuma. Está muito à frente.
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