Não, este não será o fardamento adequado a uma trabalhadora da já famosa loja do cidadão de faro. Mas não é de todo fácil explicar porquê, numa época em que dizemos encarar com naturalidade tanta coisa relacionada com erotismo. De que temos medo? De que a clientela se distraia ou prolongue a sua permanência ao balcão, diminuindo assim a produtividade do posto de trabalho? Nada que não pudesse acontecer também com corpos bem cobertos, adivinhados pela janela de um olhar esplendoroso ou de um sorriso fulgorante. Teme-se a beleza, simplesmente, porque não se a possui ou porque se receia que nos escape. Para as feias e feios, as normas das lojas de cidadãos que por aí há são irrelevantes ou inúteis.
Entretanto, promove-se a beleza abundantemente, em clara discriminação anticonstitucional de que ainda nenhum bloco nem nenhum Alegre se lembrou para as suas afirmações de existência: quando num anúncio de emprego se exige eufemisticamente "boa apresentação", está-se descaradamente a recusar trabalho a gordos e gordas, atarracados e atarracadas, borbulhentos e borbulhentas. Com um nicho de oprimidos tão promissor, só por ingenuidade se pode continuar a bater na tecla do anti-fascismo. Quem vai ter coragem de adoptar o lobby dos feios e impôr que o m/f dos anúncios seja seguido de g/m a/b (gordo-magro, alto-baixo)? Se isso acontecer vão ver que deixa de haver preocupação com as mini-saias e os decotes.
2 comentários:
:)
e que falta de falta de tempo...
Assim está melhor!
Que pouca vergonha era essa de fazer posts todos os dias!
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