terça-feira, janeiro 9

A indignação pública tem preferências

Será retomado amanhã o julgamento de Nazanin Fatehi, de 18 anos. Foi condenada à forca por ter esfaqueado um homem de um grupo de três que tentaram violá-la e atacar também uma sobrinha em 2005. O tribunal poderá comutar ou confirmar a sentença.

Nazanin poderia, claro, não ter resistido e ter consentido a violação. Nesse caso o castigo seria reduzido a cem chicotadas. (Se fosse casada poderia ser condenada a apedrejamento.)

Há na net uma petição para salvar a vida de Nazanin.

A má sorte de Nazanin é ser uma mulher anónima e ter nascido no Irão, no nosso tempo. Se tivesse a notoriedade de um déspota com muitos milhares de vítimas no currículo, por ela se reuniriam coros de indignação de governantes e outras figuras públicas contra a pena de morte, por ela se fariam greves de fome, por ela se iluminaria o coliseu de Roma.

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