Os anúncios comerciais não parecem ser uma componente de grande peso no nosso principal diário de referência. No entanto, folhear as páginas de pequenos anúncios no caderno LOCAL não deixa de provocar alguma estranheza. Uma boa parte dos anúncios tem a ver com instituições ligadas ao estado (justiça, universidades...). A fatia dos comerciais propriamente dita tem, com poucas excepções (uma delas é a de clínicas espanholas onde se faz IVG), duas áreas dominantes: o imobiliário e a prostituição. Do imobiliário já sabemos que é a grande vocação do sector produtivo português: até ver, não parece ameaçado pela concorrência chinesa. Quanto aos anúncios "relax", não é a sua presença que surpreende, mas sim a quota com que figuram. Se as páginas de anúncios do dito jornal fossem representivas das tendências da oferta e procura de trabalho em Portugal, a conclusão seria deprimente. Este fenómeno não tem a ver com o actual clima de "crise": que eu me lembre, é assim já há anos. Nos últimos tempos noto, no entanto, uma alteração qualitativa nos tais anúncios de relax, para a qual não tenho interpretação. Desapareceram as senhoras "licenciadas" ou "universitárias"; agora são apenas "sensuais" ou "charmosas" ou simplesmente "lindas". Outra novidade é que uma empresa espanhola entrou recentemente no negócio, utilizando mensagens sms de contornos obscuros.
É claro que, mudando de jornal, as coisas mudam. Por exemplo, poderemos também encontrar anúncios de bruxos e videntes com grande destaque.
Se calhar nada disto é muito interessante. Mas não deixa de me intrigar.
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