domingo, junho 26

Antes filho que boy

O caso passou-se em Grândola e foi referido há três dias nos jornais. Suspeito que não contém nada de realmente novo nem original, mas a singularidade das justificações do Presidente da Câmara de Grândola é interessante e merece alguma atenção.

A nomeação do filho como adjunto foi maduramente pensada e assenta na qualificação académica muito pontuada da pessoa (não especificada) que o filho representa, e que o Presidente garante conhecer há 29 anos. Não invento nada, é o que a notícia diz. Mas não nos percamos em elocubrações improdutivas: este discurso críptico pode reflectir simplesmente um problema de redacção. Mais significativo é que temos aqui um invulgar exemplo de coragem. Apesar das gigantescas pressões que podemos imaginar, o autarca resistiu a nomear um boy, e avançou directamente para a família, arriscando-se, e aos seus, a uma bateria de críticas. Ainda mais, está a obrigar o filho a trocar pelas ingratas funções públicas uma actividade profissional (supõe-se que promissora) em empresas do sector privado ligadas à área do desenvolvimento e turismo. É  preciso ter coragem e ser limpo para fazer esta nomeação", afirma Beato. Concordo em absoluto.

1 comentário:

Carlos Pires disse...

Um bom retrato do que Portugal tem sido. Pode ser que agora mude - pelo menos um bocadinho!