segunda-feira, junho 13

Petit scandale colatéral

Com os pequenos ou médios escândalos que têm os costumes sexuais em pano de fundo, saltam para os jornais os pequenos ou médios escândalos colaterais. Em França, o caso dos rumores sobre um antigo ministro trazidos à cena por outro antigo ministro evoluiu para acusações e recriminações, continuando em alta o escrutínio feito aos deveres profissionais e ao salário de Luc Ferry na Universidade de Paris VII. Ferry não deu aulas neste ano lectivo, mantendo o salário, que acumula com um adicional pelas funções exercidas como presidente do Observatório da Sociedade. Tudo legal, diz Ferry, pois a afectação a funções públicas está prevista e regulada. Não é bem assim, replica Paris VII: a lei de autonomia universitária que entrou em vigor em Setembro de 2010 veio mudar as coisas. O enredo, agora frente ao cenário dos chorudos salários em funções públicas de utilidade misteriosa, presta-se bem a todos os populismos e oportunismos, tanto mais visíveis quanto melhor observarmos as famiglias políticas que defendem e atacam. A moral pode bem ser substituida pela correcção dos procedimentos administrativos e pelas fidelidades ideológicas, se é que ainda há restos de ideologia. Entretanto, no Figaro de hoje, o número de comentários sobre o salário de Ferry já é 3 vezes maior que o número de comentários sobre o caso que originou o rumor.

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