Uma coisa amarga, uma coisa lamentável, uma coisa horrível de pensar, terrível de saber, uma coisa abominável, um delito atroz de celerados, uma infâmia medonha, uma coisa de facto inumana, pior ainda, alheia a toda a humanidade, soou aos nossos ouvidos pelo informe de pessoas credíveis não sem nos atingir com um profundo estupor fazendo-nos estremecer com um horror violento... Um espírito razoável sofre, sem dúvida, ao ver desafiados os limites da natureza; é atormentado sobretudo porque esta estirpe, esquecida da sua origem e ignorante da sua dignidade, pródiga de si, entregue a sentimentos censurados, não compreendeu porque lhe renderam honras. Ela é comparável aos animais privados de razão, que digo? ultrapassando a brutalidade dos próprios animais, comete os crimes mais abomináveis que a sensualidade dos próprios animais irracionais execra e rejeita. Abandonou o seu Criador, separou-se de Deus, sua salvação, esqueceu o Senhor, sacrificou aos demónios e não a Deus...
Prólogo da carta de Guillaume de Nogaret, enviada a todos os policías, barões e homens do rei França em postos de comando, em 12 de outubrode 1307, preparando a detenção em massa dos templários na madrugada do dia 13.
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