quinta-feira, março 5

Civilizações: ensaios sobre a cegueira

Há cinco anos, a jovem Ameneh Bahrami estava na universidade e tinha um pretendente que rejeitou. O rapaz lançou-lhe ácido à cara, desfigurando-a e causando-lhe cegueira. Actualmente Ameneh vive em Barcelona, tendo depois de várias operações recuperado alguma visão, que voltou a perder devido ao surgimento de uma infecção fúngica. O governo espanhol paga-lhe o aluguer de uma casa.

Tudo isto Ameneh Bahrami contou ao ABC em discurso directo. Isto e mais. O seu sofrimento todos estes anos, e o seu alívio ao conhecer a sentença do tribunal, condenando o agressor a ser vítima do mesmo crime, o que quer dizer condenado à cegueira. E os obstáculos que transpôs para conseguir que a sentença o condenasse à cegueira dos dois olhos. Inicialmente apenas a inutilização de um olho esteve prevista, pois de acordo com a lei islâmica dois olhos de mulher valem só um olho de homem. Na execução da sentença, que ocorrerá quando Ameneh Bahrami regressar ao seu país, o condenado será anestesiado, pelo que não sofrerá dor física. Não poderá ser a própria Ameneh Bahrami a executora por se encontrar cega, mas garante que não lhe faltam voluntários que a substituam.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como sempre, a realidade ultrapassa a ficção.