I. Desabafo de um oprimido pelo correio electrónico.
Havia um tempo em que o correio chegava a uma hora fixa do dia e nos dava tempo para elaborar a resposta ou outros procedimentos adequados. Agora o e-mail, que usurpou as funções do outro, chega em cada momento. Ainda estamos a responder a uma mensagem e já outra se interpõe, frequentemente a alterar pressupostos da anterior. Também nos pedem frequentemente uma confirmação de leitura para garantir que não escapamos a replicar.
Também faz falta um livro de etiqueta do correio electrónico. Que diga coisas tão simples como, por exemplo, esta: enviar uma resposta a dizer simplesmente "obrigado" por uma informação recebida é falta de educação e de consciência ecológica, pois implica perdas de tempo inúteis e contribui para entulhar a nossa caixa de enviados e a caixa de entrada do correspondente. O remetente deve poder também accionar um botão que transmita a notificação: por favor não responda a não ser que tenha alguma coisa substancial a acrescentar.
II. Filmes sobrevalorizados
Muito interessante esta série de artigos do blog de Santiago González sobre alguns dos filmes mais sobrevalorizados de sempre. Assino por baixo em relação ao Clube dos Poetas Mortos, cujo pretensiosismo e mensagem rançosa identifiquei à primeira, mas confesso que gostei da Morte em Veneza até à terceira vez que vi o filme. Foi à quarta que me apercebi do kitsch e pechisbeque envolvente, mas mesmo assim continuo a recordá-lo como um objecto interessante. A cena que mais costumo recordar, com um sorriso interior, é aquela em que o empregado bancário chama à parte o Aschenbach para lhe explicar o siroco e os itinerários da peste. Também gostei dos pregões dos vendedores de morangos no Lido.
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