Em conversa com Francis Fukuyama, Peter Thiel expõe convicções pouco politicamente correctas.
Vivemos num mundo em que a previsibilidade e os modelos deterministas cederam lugar aos modelos probabilísticos, que na verdade tiram substância a qualquer planeamento racional. O desenvolvimento tecnológico, motor de progresso até aos anos 50 e 60, tem vindo a desacelerar. Regulamentação exagerada da actividade científica tem o efeito de tornar mais fácil o trabalho em finanças e informática do que nas engenharias, onde é necessário experimentar com coisas reais. A ciência sofre os efeitos de uma politização intensa, estando a competição por projectos de investigação sujeita a um processo burocrático com efeitos tóxicos. Temos hoje 100 vezes mais cientistas per capita do que em 1920, mas com produtividade inferior.
Thiel, que vê no sistema educacional, rodeado de incentivos que lhe exageram o valor, uma borbulha que não tardará a rebentar, não se entusiasma com as escolas privadas, que na prática vivem à sombra dos subsídios do sistema estatal. Decepcionado com o desempenho das universidades criadas nos últimos 20 anos, desistiu do projecto de criar uma nova e em vez disso instituiu bolsas destinadas à criação de empresas.
Com Leo Strauss, pensa que o domínio da "correcção política", responsável pela censura de verdades que deveriam ser ditas, é o nosso maior problema político.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário