terça-feira, janeiro 12

Conto de Verão



Terminou neste inverno o tempo de Eric Rohmer. Do que dele vi guardo uma memória particularmente agradável do Conto de Verão: não sei se lhe chame uma obra prima, mas é de certeza uma pequena joia. Não virado para os "grandes dramas" da existência humana, é uma enciclopédia das suaves alegrias e desilusões que compõem a simplicidade aparente dos dias. Dos diálogos perfeitos e da magistral encenação recorda-se o nome do lugar (Dinard) e das pessoas: Gaspard, com uma licenciatura fresca em matemática, a namorada e as outras duas (Lena, Margot, Solène), e ainda uma praia fria e corações por vezes quentes. Por fim, a impossibilidade de escolha que leva Gaspard a optar por comprar um gravador. (De bobines, na época.) Não era happy end nem triste também. Só a vida a rolar.

1 comentário:

Diógenes disse...

Também a mim, não sei porquê, "Conto de Verão" foi, de tantos e tão bons filmes de Rohmer, aquele que mais me tocou. Tenho-o visto tantas vezes e de cada vez que o vejo me emociono. Inesquecível a doce Margot. Rohmer é mais um grande vulto do cinema que desaparece. Ninguém mais conseguirá fazer filmes como ele.