domingo, abril 15

Incertezas

Pouco se comenta, entre os dirigentes europeus, o ressurgimento de actos terroristas espectaculares em Marrocos e na Argélia, e o anúncio simultâneo de ameaças da Al-Qaeda à Europa. Entre nós, não se comenta absolutamente nada. E os objectivos confessados do grupo terrorista são claros: França e Espanha estão na mira. A reconquista de Al-Andaluz define a fasquia.

Como Al-Andaluz é já ali ao lado, e Espanha é um termo que para o efeito em causa pode muito bem englobar território português, e também por sabermos que quem ameaça não brinca em serviço, é de esperar que o que parece distracção seja apenas aparente e as forças de segurança europeias (incluindo as nossas) estejam tomar providências. A reconquista propriamente dita não será fácil, mas a capacidade de provocar umas centenas de estropiados ou uns milhares que queimados vivos é coisa de que a Al-Qaeda já deu provas que bastem. Entretanto, a bomba relógio dos diferenciais de taxa de natalidade vai fazendo o seu trabalho.

O assunto não agradará a muita gente. Fica a claro que as políticas conciliadoras de Zapatero e dos políticos franceses relativamente às populações islâmicas nos seus países, e a sua hostilização dos Estados Unidos, de nada valem face aos objectivos do terrorismo islâmico global.

Em França, os candidatos à presidência disputam entre si ora o apoio dos imigrantes, ora o receio que eles infundem, de uma maneira nem sempre coerente. O apoio de certos círculos islâmicos a Le Pen não deixa de surpreender.

Não há dúvida de que a realidade é muito mais complexa do que os esquemas a preto-e-branco com que tentamos interpretá-la. Para o cidadão comum, que não está na posse senão de uma quantidade limitada de informação, é difícil avaliar opções. O problema é que aqueles que se candiadatam a representar-nos e a governar-nos aparentam também, por vezes, não estarem na posse de uma "ideia", ou não saberem muito mais do que nós. Quando é prioritário gerir mandatos de quatro ou cinco anos, pensar a sério no futuro da Europa pode ficar para depois.

Sem comentários: