domingo, agosto 27

Auto de Mateus

Não sei se o público do futebol se sente prejudicado com a não realização de jogos quando, em substituição, tem o Auto de Mateus (singela homenagem ao nome do clube). As questões em discussão, as grotescas personagens em cena e as movimentações em palco são matéria de primeira classe para ruminação das imensas bancadas centrais que proliferam no país. O picante adicional fornecido pelas peripécias judiciais envolvidas é mais um aliciante: há três anos (sensivelmente desde o início do processo casa pia) que os media nos vêm impingindo um curso de direito em pastilhas e é necessário manter vivos e operacionais os conhecimentos.

Eu não vibro com isto mas também não estou a menorizar o assunto: deixo isso para os detractores do futebol. Na realidade tenho uma certa fascinação pelo enredo que me permitiu dar conta de que existem o Mateus, o Sr. Fiúza, órgãos judiciais dedicados e um clube de Barcelos com o nome de Gil Vicente (embora ache que o Gil não merecia isto). De resto, acho a trama bem mais interessante do que muitas outras, da ficção ou da chamada vida real, a que as tvs consagram longas horas: estou a lembrar-me dos morangos nas várias versões açucaradas ou da inenarrável fofoquice cor-de-rosa em que, no fatimalopes-sic, três ou quatro senhoras, onde se inclui um homem, discutem os namorados e as namoradas de pessoas mais irrelevantes que os jogadores de futebol.

Actualização em 30 de agosto: Com a entrada em cena das personagens Loureiro e Leal a trama adensa-se. Ainda não estamos ao nível do Velho da Horta, mas para lá caminhamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

es um toto

Portuguese Recipes disse...

É interessantes as complicações que essa liga esta a ter neste momento, mas mesmo assim ligo pouco a futebol.