Hoje deu-me para pesquisar a ocorrência do verbo arrasar nos títulos de dois tablóides influentes, cada um com o seu segmento preferencial. Por comodismo, limitei-me às aparições do verbo no corrente mês de outubro. Um estudo mais aprofundado pode ser interessante mas será mais adequado que algum especialista em coisas sociais pegue nele.
Então é assim: o PÚBLICO sai vencedor com três arrasadelas:
DATA ARRASADOR ARRASADO
24/10 Reitores avaliação
16/10 Ferreira Leite governo
5/10 Marinho e Pinto partidos
As presenças no CORREIO DA MANHÃ são duas:
DATA ARRASADOR ARRASADO
24/10 auditoria interna às contas Gomes Pereira
9/10 [António] Costa ???
Nesta última ocorrência, o verbo é utilizado numa acepção gramaticalmente criativa, sem complemento directo, embora o sentido da notícia permita colocar Passos Coelho no lugar do arrasado.
Compreende-se a sobreutilização do vocábulo: a possibilidade de alternância com demolir é inviabilizada pelo facto de este ser um verbo defectivo, o que obrigaria a construções sintáticas menos sedutoras em títulos tablóides.
Hoje há eleições no Brasil. Esperando-se um vencedor com folga ligeira, os títulos de amanhã vão ser com certeza menos repetitivos. Muito provavelmente, o verbo vai ter um descanso merecido. Vamos ver até quando.
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