sexta-feira, setembro 6

As guerras tontas e as que não o são

Ao fundo, na Síria, uma tragédia que dispensa adjectivos. À boca de cena, as movimentações dos actores políticos têm alguns toques de comédia. Um presidente que lança para o ar uma linha vermelha mas que mais parece ter caído numa armadilha ao fazê-lo. Outro que o segue mas logo tem que dar meia volta porque tem um parlamento. Outro que mantém o entusiasmo bélico porque dispensa a maçada do parlamento. Um czar que observa com complacência resistente, mas sabe-se lá se não está mais envolvido do que parece. Sectores importantes dos Republicanos, nos Estados Unidos, não apoiam o ataque, e é difícil perceber onde acabam os efeitos das más experiências recentes, do Iraque às "primaveras", e onde começa a rejeição pura e simples da agenda de Obama. As figuras públicas da intelligentsia e do espectáculo, com prática de protestos anti-bélicos, enquistam-se desta vez numa ausência conspícua. Mas quanto a papéis trocados, como nas boas farsas, nada mais estimulante do que um velho discurso de 2002:

I don't oppose all wars ... What I am opposed to is a dumb war. What I am opposed to is a rash war ... I suffer no illusions about Saddam Hussein. He is a brutal man. A ruthless man. A man who butchers his own people to secure his own power. He has repeatedly defied U.N. resolutions, thwarted U.N. inspection teams, developed chemical and biological weapons, and coveted nuclear capacity ... But I also know that Saddam poses no imminent and direct threat to the United States or to his neighbors ... I know that an invasion of Iraq without a clear rationale and without strong international support will only fan the flames of the Middle East, and encourage the worst, rather than best, impulses of the Arab world, and strengthen the recruitment arm of al Qaeda.

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