Vivo numa freguesia com 21000 pessoas vivas e 4 km quadrados. O luxuoso e colorido boletim da junta dá-me contas todos os meses dos motivos que tenho para me sentir feliz sendo freguês aqui e das razões que impedem a felicidade completa, as quais sempre remetem para a falta de boa vontade ou a maldade da Câmara.
Mas vai-se ver e a Câmara ajuda muito à festa com o "orçamento participativo". Há uns dois anos atrás, aprovaram a construção de umas pistas para ciclistas onde não me recordo de ver bicicletas. O orçamento participativo é uma maneira de torrar uns milhões utilizando tudo o que parece ideia simpática, mesmo que inútil. A aprovação pouco significa: a participação em número de votantes costuma ser muito reduzida.
Este ano as propostas a concurso incluem um "espaço cultural" (o que eu gosto destes nomes) e uma "casa da juventude". A freguesia já conta com um espaço de ginásio, bar e música, vários ateliers dos serviços "socio-educativos", um Centro Cultural, uma associação desportiva, uma biblioteca municipal, um "espaço" para exposições e outro para teatro. Anuncia regularmente espectáculos ou outras iniciativas nos mais desvairados destes sítios. Algumas são interessantes, outras nem tanto. Mas as propostas agora em jogo parecem gratuitas e supérfluas. Já nadamos em cultura e em espaços para jovens, embora os polos de atracção estejam nos grandes centros comerciais, nos sítios dos mega-festivais ou na movida a sul do Bairro Alto. Mesmo assim, aprecio a abundância fácil. Freguês sortudo, eu.
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2 comentários:
Tem alguma coisa para a terceira idade?
Claro que sim! Há um circuito à Europa Central em Dezembro, e para o ano que vem está previsto um cruzeiro às ilhas que talvez ainda sejam gregas.
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