quarta-feira, setembro 28
Um sinal no ângulo superior direito
Num artigo do New York Times que descreve em tom crítico o "tour" de Obama no Colorado, em promoção da nova política de emprego, o protagonista da foto é o teleponto.
terça-feira, setembro 27
domingo, setembro 25
As ricas casas verdes
Abriu ontem em Washington o Solar Decathlon. Já se realizou em Madrid e lá voltará em 2012. Participam no concurso equipas universitárias que recebem um subsídio de 100 000 dólares, e o objectivo é construir modelos de casas energeticamente tão eficientes que lhes chamam casas de energia zero. Pessoas de má vontade que não deixam passar nada escarnecem de os trabalhos requererem geradores Diesel. E zombam da limitação de custos: este ano só são admitidos projectos de valor abaixo dos 250 000. É que nos anos anteriores o prémio foi arrebatado pela equipa de Darmstadt, com um projectos da ordem dos 800 000.
Na foto, o projecto do Southern California Institute of Architecture and California Institute of Technology
http://news.cnet.com/2300-11128_3-10009524-5.html?tag=mncol;txt#ixzz1Yx80gD1k
Na foto, o projecto do Southern California Institute of Architecture and California Institute of Technology
http://news.cnet.com/2300-11128_3-10009524-5.html?tag=mncol;txt#ixzz1Yx80gD1k
sábado, setembro 17
Culpa e ocultação
Culpado e Cansado de o Ser confessa-se à Dear Prudence: dois meses antes de casar, engatou uma prostituta com quem se envolveu em sexo oral. Decidiu nunca falar desse episódio à mulher, que ama e com quem é feliz. Contudo, o sentimento de culpa persegue-o ao longo dos anos, e tem fortes dúvidas sobre a correcção do seu procedimento. Contar tudo seria a atitude correcta? Dotada de enorme bom senso, Prudence não tem dúvidas: começa o seu aconselhamento dizendo que melhor teria sido manter a boca fechada (e, já agora, as calças abotoadas). E, já que nem sequer uma infecçãozita apanhou, o Culpado que goze o casamento e deixe de se torturar.
Palavras tardias
Mário Soares disse esta semana o que com devia ter dito em 2008 e 2009. Naquela altura, tudo se preparava diante dos nossos olhos para nos trazer ao lugar onde estamos.
quarta-feira, setembro 14
Os professores isto e aquilo
Foi dado ontem a conhecer um documento da OCDE sobre o estado do ensino. No país aqui ao lado, o ABC destaca em título que os professores [do básico e secundário] têm mais férias e privilégios que outros profissionais. O El País prefere sublinhar que eles trabalham mais horas que noutros países mas que mesmo assim os resultados não são famosos. Vá lá, entendam-se. Pode ser que tudo seja verdade.
Entretanto, o Ministério da Educação espanhol prepara um decreto que permitirá a aposentação dos professores universitários aos 75 anos. Embora estejam previstas condições restritivas razoáveis para este prolongamento do tempo de trabalho, os sindicatos, sem surpresa, opõem-se desde já. Estão preocupados com o aumento de despesa pública, porque aos professores mais antigos correspondem os salários mais altos.
Entretanto, o Ministério da Educação espanhol prepara um decreto que permitirá a aposentação dos professores universitários aos 75 anos. Embora estejam previstas condições restritivas razoáveis para este prolongamento do tempo de trabalho, os sindicatos, sem surpresa, opõem-se desde já. Estão preocupados com o aumento de despesa pública, porque aos professores mais antigos correspondem os salários mais altos.
segunda-feira, setembro 12
A conta da luz
O inseguro Jovem surgiu ontem muito preocupado com o custo da energia eléctrica e até tem uma vaga proposta. Saberá ele a história do tarifário das renováveis e terá conhecimento do que se passa fora de Tugal?
domingo, setembro 11
Felizes os que crêem
O congresso do PS não se resumiu a umas banalidades e repetição de intenções comuns. Nem àquela piada de AJ Seguro quando disse que não gostava de um partido onde todos pensam pela cabeça do chefe. Foi Francisco Assis que fez (ontem) a revelação mais substancial: “Sou socialista por um imperativo que está antes da razão”.
Que sorte que tive
Vivo numa freguesia com 21000 pessoas vivas e 4 km quadrados. O luxuoso e colorido boletim da junta dá-me contas todos os meses dos motivos que tenho para me sentir feliz sendo freguês aqui e das razões que impedem a felicidade completa, as quais sempre remetem para a falta de boa vontade ou a maldade da Câmara.
Mas vai-se ver e a Câmara ajuda muito à festa com o "orçamento participativo". Há uns dois anos atrás, aprovaram a construção de umas pistas para ciclistas onde não me recordo de ver bicicletas. O orçamento participativo é uma maneira de torrar uns milhões utilizando tudo o que parece ideia simpática, mesmo que inútil. A aprovação pouco significa: a participação em número de votantes costuma ser muito reduzida.
Este ano as propostas a concurso incluem um "espaço cultural" (o que eu gosto destes nomes) e uma "casa da juventude". A freguesia já conta com um espaço de ginásio, bar e música, vários ateliers dos serviços "socio-educativos", um Centro Cultural, uma associação desportiva, uma biblioteca municipal, um "espaço" para exposições e outro para teatro. Anuncia regularmente espectáculos ou outras iniciativas nos mais desvairados destes sítios. Algumas são interessantes, outras nem tanto. Mas as propostas agora em jogo parecem gratuitas e supérfluas. Já nadamos em cultura e em espaços para jovens, embora os polos de atracção estejam nos grandes centros comerciais, nos sítios dos mega-festivais ou na movida a sul do Bairro Alto. Mesmo assim, aprecio a abundância fácil. Freguês sortudo, eu.
Mas vai-se ver e a Câmara ajuda muito à festa com o "orçamento participativo". Há uns dois anos atrás, aprovaram a construção de umas pistas para ciclistas onde não me recordo de ver bicicletas. O orçamento participativo é uma maneira de torrar uns milhões utilizando tudo o que parece ideia simpática, mesmo que inútil. A aprovação pouco significa: a participação em número de votantes costuma ser muito reduzida.
Este ano as propostas a concurso incluem um "espaço cultural" (o que eu gosto destes nomes) e uma "casa da juventude". A freguesia já conta com um espaço de ginásio, bar e música, vários ateliers dos serviços "socio-educativos", um Centro Cultural, uma associação desportiva, uma biblioteca municipal, um "espaço" para exposições e outro para teatro. Anuncia regularmente espectáculos ou outras iniciativas nos mais desvairados destes sítios. Algumas são interessantes, outras nem tanto. Mas as propostas agora em jogo parecem gratuitas e supérfluas. Já nadamos em cultura e em espaços para jovens, embora os polos de atracção estejam nos grandes centros comerciais, nos sítios dos mega-festivais ou na movida a sul do Bairro Alto. Mesmo assim, aprecio a abundância fácil. Freguês sortudo, eu.
Manhattan, vista de cima
Veio à memória que Manhattan já tinha sido assim filmada por Robert Wise em 1961. No minuto 5:00 deste video. (Infelizmente o formato não é o original.)
O que não aprendemos
Abre hoje o Memorial 9/11.
Nestes dez anos, o que não aprendemos? Que a pobreza e a "exclusão", nome que inventámos por complexo de culpa, não são causas de crime só por si. Que ignorância, fanatismo e uma certa imagem de algum Deus em que grupos pequenos, ou não tão pequenos, acreditam, são ameaças bem reais e comprovadas num tempo em que as julgávamos enterradas. Que temos que nos habituar a viver com o Deus deles, mesmo que uns tontos tenham andado por aí a descredibilizar desnecessariamente o nosso em faixas de autocarros.
Nestes dez anos, o que não aprendemos? Que a pobreza e a "exclusão", nome que inventámos por complexo de culpa, não são causas de crime só por si. Que ignorância, fanatismo e uma certa imagem de algum Deus em que grupos pequenos, ou não tão pequenos, acreditam, são ameaças bem reais e comprovadas num tempo em que as julgávamos enterradas. Que temos que nos habituar a viver com o Deus deles, mesmo que uns tontos tenham andado por aí a descredibilizar desnecessariamente o nosso em faixas de autocarros.
quinta-feira, setembro 8
Onde estavas no 11 de Setembro?
Tinha o casamento marcado para a semana seguinte, e exactamente quando ia encontrar-me com o padre ouvi a notícia do que estava a passar-se. Desisti da entrevista e fui para casa ver a tv. Foi difícil enfrentar os protestos da minha noiva, do género já não gostas de mim e não me dás importância. Mas ultrapassámos esse mau bocado, casámo-nos, temos dois filhos e vivemos felizes.
Dito por um ouvinte da Rádio Nacional de España, cerca das 11:20.
Foto: The Black Day
terça-feira, setembro 6
Remote toppling
O último número publicado da revista Remote Sensing, Remote Sens. 2011, 3(9) abre com um editorial em que Wolfgang Wagner apresenta e explica as razões da sua demissão, desencadeada pela publicação de um artigo de Spencer e Braswell.
Em jogo está o processo de peer review com óleo sobre o fogo, que neste caso é o do "aquecimento global", como se pode ver na intensa discussão travada no blog de uns dos autores.
Em jogo está o processo de peer review com óleo sobre o fogo, que neste caso é o do "aquecimento global", como se pode ver na intensa discussão travada no blog de uns dos autores.
domingo, setembro 4
DSK, Chirac e flashback
DSK aterrou em Paris há poucas horas. Chirac, acusado de corrupção, vai ser dispensado de assistir ao seu próprio julgamento, por razões de saúde. O que tem uma coisa a ver com a outra? Ora, nada. Mas as duas personagens estão ligadas por uma outra historinha de corrupção com mais de dez anos, que mete umas cassetes de video, contada pelo New York Times aqui, ou pela BBC aqui.
sábado, setembro 3
Saberes estivais
Algumas figuras públicas simpáticas pronunciaram-se ontem sobre a desgraça que continua a atingir o país. Têm em comum o facto de não se terem querido ver nem se terem incomodado com as causas que aqui nos trouxeram; de acharem coisa de somenos que precisássemos (estado, bancos, empresas) de uns 100 mil milhões emprestados em 2011, como já desde o ano passado se sabia; e de entenderem que nesse conforto endividado deveríamos permanecer até ao fim das décadas que nos cabem.
Jerónimo diz agora que o país sangra. António José afirma, não muito seguro, que isto é inaceitável. Mário Soares ensina, numa aula (digamos assim) que há muita coisa para lá da dívida. O estudantariado nem percebe que lhe estão a vender um déjà-vu, uma referência à infeliz e gratuita frase de um outro ex-presidente, proferida no tempo em que não queriam ver. No fim a turma entoa, entusiasmada, que o professor é fixe. Nada disto surpreende muito. Muitos estudantes já entram nas universidades com preparação deficiente. Imagine-se o estado dos que entram numa Universidade de Verão.
Jerónimo diz agora que o país sangra. António José afirma, não muito seguro, que isto é inaceitável. Mário Soares ensina, numa aula (digamos assim) que há muita coisa para lá da dívida. O estudantariado nem percebe que lhe estão a vender um déjà-vu, uma referência à infeliz e gratuita frase de um outro ex-presidente, proferida no tempo em que não queriam ver. No fim a turma entoa, entusiasmada, que o professor é fixe. Nada disto surpreende muito. Muitos estudantes já entram nas universidades com preparação deficiente. Imagine-se o estado dos que entram numa Universidade de Verão.
As armas em boas mãos?
Não, prometo que nunca irei ter saudades de Gaddafi, mas não é o meu julgamento que interessa. A região militar de Tripoli está agora sob o comando de um jihadista, ex-chefe do Libyan Islamist Fighting Group, filiado na Al-Qaeda e colocado pelos Estados Unidos na lista das organizações terroristas. Saberão a NATO e os EEUU o que andam a fazer? Perguntas que já se colocaram a respeito do Iraque, no que toca a intervenções militares. E que poderíamos estender ao apoio implícito (ou ao que a isso equivale, pela ausência de atitude) ao regime do Irão e, mais recentemente, à Síria.
É tempo de sair da EU
Não, não é para nós. É o tema do debate promovido pelo Spectator na Royal Geographical Society, em Londres, no próximo dia 20 de Setembro. Está anunciada para já a presença de três partidários do "divórcio amigável" e dois defensores das vantagens de permanecer na união.
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