domingo, junho 15
Enigmas, ou nem por isso
Em face das não tão surpreendentes notícias sobre o tumulto no Largo do Rato, a questão relevante para o espectador é compreender as diferenças entre as facções que se enfrentam. O boato mais consistentemente propagado, com a anuência de meios de comunicação, instila o dogma de que o António com apelido Costa é uma figura politicamente mais forte e com mais credibilidade para "mobilizar os portugueses" (ou lá o que é) do que o António com apelido Seguro. A inesperada jogada deste último, assente em recursos de secretaria e revelando que é um homem que detesta chatear-se sozinho, instala a confusão noutro nível. Afinal, percebe-se que o de apelido Seguro é mais teso e menos panhonho do que os detractores querem fazer crer. Assim, não se percebendo nenhuma diferença de ideário entre um e outro, não havendo curriculum relevante de nenhum deles (pelo contrário talvez sim), e parecendo agora equiparadas as capacidades de ambos em politiquear, o que está em jogo é mais óbvio do que antes: uma simples guerra entre dois grupos com os respectivos cortejos de apoiantes e dependentes. Nada de extraordinário nem que não exista noutros partidos. Nem admirável é o facto de as sondagens parecerem dar o primeiro lugar ao grupo que é apoiante do péssimo governo anterior.
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