sexta-feira, fevereiro 7

Titulite

A tendência de alguns políticos profissionais para se apresentarem publicamente com currículos académicos meio falsos ou simplesmente suspeitos não é uma originalidade portuguesa. Na verdade, tanto o nosso ex-PM como Relvas podem considerar-se modestos ao ficarem-se por licenciaturas executadas com um cuidadoso "tuning". Há dois dias, o El Mundo denunciava que Pilar Rahola - figura de relevo nos meios políticos catalães - enriquecia as suas biografias oficiais com dois doutoramentos falsos.

Na sequência desta notícia, Santiago González revela, no seu blogue, um punhado de outros casos.

A titulite é possivelmente uma doença ibero-americana. Por cá, no Brasil e na América do Sul, ser senhor ou senhora sabe a pouco, e por isso há necessidade de ser chamado dr. ou engenheiro. Em Portugal o caso é verdadeiramente mórbido. Senhor é o canalizador que nos veio resolver a inundação na casa de banho ou Rajoy, senhora é a nossa empregada doméstica ou Merkel. Os media portugueses colaboram na farsa, incapazes da noção do ridículo.

1 comentário:

Hugo Tavares disse...

Há alguns anos, no início do programa "Governo Sombra" da TSF, lembro-me de os autores dizerem que recebiam imensas queixas porque tratavam os políticos apenas pelo nome próprio, sem título associado!