O pesadelo que afoga as escolas em burocracia está comentado neste artigo do Guardian.
Primeiro foram as escolas básicas e secundárias, mas o polvo já se instalou também nas universidades. Tudo o que é possível inventar para desviar os professores do acto de ensinar e de fazer investigação, de certeza que não fica na gaveta. Com nobres objectivos - a defesa da qualidade e da avaliação do "desempenho" - a ditadura democrática dos gabinetes que diariamente requerem relatórios e ficheiros está para durar, com o patrocínio distante, neutro mas certamente embevecido do Microsoft Office. Até ao dia em que não haverá nada para relatar, pois todo o tempo disponível foi consumido a compor e formatar.
quarta-feira, dezembro 26
A outra venda de natal
Os últimos dias têm sido ricos para discussão de questões morais em França. Depois do assunto Depardieu, há agora choque de pontos de vista, nos comentários de leitores do Figaro, sobre a putativa cupidez dos que vendem os presentes de natal indesejados. É a substituição dos sentimentos pelo comércio. Minable, dizem alguns.
O Observador observado
Parece não estar encerrado o episódio de stand-up comedy em que Artur Baptista Silva emerge à fama súbita e logo desliza ao estado de réprobo.
Ao muito que se escreveu e comentou sobre o engraçado acontecimento acrescento só duas reflexões: 1) os jornalistas ocupados a desculpar-se de terem caido nisto e naquilo (como se fosse a primeira vez) não tentaram logo saber onde está o artista, nem indagar das suas motivações. 2) uma parte da opinião publicada defende que o importante é o conteúdo e não o mensageiro. Em abstracto, concordo. Mas quando o conteúdo é em substância decorrente de opinião ou ideologia e não o relato de factos, justifica-se o cepticismo. Sobretudo por elementar prudência: se uma pessoa mente sobre o seu curriculum e aldraba dados biográficos, que confiança merece o resto do discurso?
Ao muito que se escreveu e comentou sobre o engraçado acontecimento acrescento só duas reflexões: 1) os jornalistas ocupados a desculpar-se de terem caido nisto e naquilo (como se fosse a primeira vez) não tentaram logo saber onde está o artista, nem indagar das suas motivações. 2) uma parte da opinião publicada defende que o importante é o conteúdo e não o mensageiro. Em abstracto, concordo. Mas quando o conteúdo é em substância decorrente de opinião ou ideologia e não o relato de factos, justifica-se o cepticismo. Sobretudo por elementar prudência: se uma pessoa mente sobre o seu curriculum e aldraba dados biográficos, que confiança merece o resto do discurso?
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